VERSO 15
yasyāvatāra-guṇa-karma-viḍambanāni
nāmāni ye ’su-vigame vivaśā gṛṇanti
te ’naika-janma-śamalaṁ sahasaiva hitvā
saṁyānty apāvṛtāmṛtaṁ tam ajaṁ prapadye
yasya — cujas; avatāra — encarnações; guṇa — qualidades transcendentais; karma — atividades; viḍambanāni — misteriosas; nāmāni — nomes transcendentais; ye — aqueles; asu-vigame — enquanto deixam esta vida; vivaśāḥ — automaticamente; gṛṇanti — invocam; te — eles; anaika — muitos; janma — nascimentos; śamalam — pecados acumulados; sahasā — imediatamente; eva — sem dúvida alguma; hitvā — abandonando; saṁyānti — obtêm; apāvṛta — aberta; amṛtam — imortalidade; tam — nEle; ajam — o não-nascido; prapadye — refugio-me.
Refugio-me aos pés de lótus dEle cujas encarnações, qualidades e atividades são imitações misteriosas dos assuntos mundanos. Aquele que invoca Seus nomes transcendentais, mesmo que inconscientemente, no momento que deixa esta vida, é sem dúvida alguma purificado imediatamente dos pecados de muitos e muitos nascimentos, alcançando-O sem dúvidas.
SIGNIFICADO—As atividades das encarnações da Suprema Personalidade de Deus são uma espécie de imitação das atividades que acontecem no mundo material. Ele é assim como um ator em um palco. O ator imita as atividades de um rei no palco, embora, na realidade, não seja o rei. Analogamente, quando o Senhor Se encarna, Ele imita papéis com os quais não possui qualquer ligação. Na Bhagavad-gītā (4.14), declara-se que o Senhor nada tem a ver com as atividades em que está supostamente ocupado: na māṁ karmāṇi limpanti na me karma-phale spṛhā. O Senhor é onipotente; simplesmente por Sua vontade Ele pode fazer qualquer coisa. Quando o Senhor apareceu como o Senhor Kṛṣṇa, Ele representou o papel de filho de Yaśodā e Nanda, e ergueu a colina Govardhana, embora não tenha interesse em erguer colinas. Ele pode erguer milhões de colinas Govardhana por Seu mero desejo; Ele não precisa erguê-la com a mão. Mas Ele imita a entidade viva comum, erguendo-a dessa maneira, e, ao mesmo tempo, mostra Seu poder sobrenatural. Assim, Ele é glorificado como aquele que ergueu a colina Govardhana, ou Śrī Govardhanadhārī. Portanto, Seus atos em Suas encarnações e Sua parcialidade com os devotos não passam de meras imitações, assim como a representação teatral de um hábil ator dramático. Seus atos nessa posição, entretanto, são onipotentes, e a recordação de tais atividades das encarnações da Suprema Personalidade de Deus é tão poderosa como o próprio Senhor. Ajāmila lembrou-se do santo nome do Senhor, Nārāyaṇa, simplesmente chamando pelo nome de seu filho Nārāyaṇa, e isso lhe deu uma oportunidade completa de alcançar a perfeição máxima da vida.