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VERSO 16

yo vā ahaṁ ca giriśaś ca vibhuḥ svayaṁ ca
sthity-udbhava-pralaya-hetava ātma-mūlam
bhittvā tri-pād vavṛdha eka uru-prarohas
tasmai namo bhagavate bhuvana-drumāya

yaḥ — aquele que; vai — certamente; aham ca — eu também; giriśaḥ ca — Śiva também; vibhuḥ — o Todo-poderoso; svayam — personalidade (como Viṣṇu); ca — e; sthiti — manutenção; udbhava — criação; pralaya — dissolução; hetavaḥ — as causas; ātma-mūlam — autoenraizada; bhittvā — tendo penetrado; tri-pāt — três troncos; vavṛdhe — cresceu; ekaḥ — único e inigualável; uru — muitas; prarohaḥ — ramificações; tasmai — a Ele; namaḥ — reverências; bhagavate — à Personalidade de Deus; bhuvana-drumāya — à árvore do sistema planetário.

Sois a raiz primordial da árvore dos sistemas planetários. Essa árvore cresce, penetrando primeiro a natureza material com três troncos – eu, Śiva e Vós, o Todo-poderoso – para a criação, manutenção e dissolução, e nós três crescemos com muitas ramificações. Por isso, ofereço minhas reverências a Vós, a árvore da manifestação cósmica.

SIGNIFICADO—A manifestação cósmica divide-se grosseiramente em três mundos, os sistemas planetários superior, inferior e intermediário, e depois se amplia no cosmo de quatorze sistemas planetários, com a manifestação da Suprema Personalidade de Deus como a raiz suprema. A natureza material, que parece ser a causa da manifestação cósmica, é apenas a atuação ou energia do Senhor. Isso é confirmado na Bhagavad-gītā (9.10): mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sa-carācaram. “É somente sob a superintendência do Senhor Supremo que a natureza material parece ser a causa de toda a criação, manutenção e dissolução.” O Senhor Se expande em três – Viṣṇu, Brahmā e Śiva – para a manutenção, criação e destruição respectivamente. Dos três agentes principais que controlam os três modos da natureza material, Viṣṇu é o Todo-poderoso; embora esteja dentro da natureza material para o propósito da manutenção, Ele não é controlado pelas leis da natureza material. Os outros dois, Brahmā e Śiva, apesar de serem quase tão poderosos quanto Viṣṇu, estão dentro do controle da energia material do Senhor Supremo. A concepção de muitos deuses controlando os muitos departamentos da natureza material é mal interpretada pelo panteísta tolo. Deus é único e inigualável, e é a causa primordial de todas as causas. Assim como há muitos chefes ministeriais dos assuntos governamentais, há muitos chefes de administração dos assuntos universais.

Devido a um fundo insuficiente de conhecimento, o impersonalista não acredita na administração pessoal das coisas tais como elas são. Neste verso, entretanto, explica-se claramente que tudo é pessoal, e nada é impessoal. Já discutimos esta questão na Introdução, e isso é confirmado aqui neste verso. A árvore da manifestação material é descrita no décimo quinto capítulo da Bhagavad-gītā como sendo uma árvore aśvattha cuja raiz está voltada para cima. Temos experiência de tal árvore quando vemos a sombra de uma árvore às margens de um reservatório d’água. O reflexo da árvore na água parece pender de suas raízes que estão voltadas para cima. A árvore da criação descrita aqui é apenas uma sombra da realidade que é o Parabrahman, ou Viṣṇu. Na manifestação potencial interna dos Vaikuṇṭhalokas, existe a verdadeira árvore, e a árvore refletida na natureza material é apenas a sombra desta árvore verdadeira. A teoria dos impersonalistas de que o Brahman é isento de toda variedade é falsa, pois a árvore-reflexo descrita na Bhagavad-gītā não poderia existir se não fosse o reflexo de uma árvore verdadeira. A árvore verdadeira está situada na existência eterna da natureza espiritual, plena de variedades transcendentais, e o Senhor Viṣṇu também é a raiz dessa árvore. A raiz é a mesma – o Senhor – tanto para a árvore verdadeira quanto para a falsa, mas a árvore falsa é apenas o reflexo pervertido da árvore verdadeira. Sendo a árvore verdadeira, o Senhor recebe aqui as reverências em nome de Brahmā, e também em nome do senhor Śiva.

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