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VERSO 37

bhavān paritrātum ihāvatīrṇo
dharmaṁ janānāṁ samayānurūpam
venāpacārād avaluptam adya
tad-dehato viṣṇu-kalāsi vainya

bhavān — Vossa Majestade; paritrātum — simplesmente para liberar; iha — neste mundo; avatīrṇaḥ — encarnaste; dharmam — sistema religioso; janānām — das pessoas em geral; samaya-anurūpam — de acordo com o tempo e as circunstâncias; vena-apacārāt — pelas perversidades do rei Vena; avaluptam — quase destruídos; adya — no momento atual; tat — dele; dehataḥ — do corpo; viṣṇu — do Senhor Viṣṇu; kalā — parte de uma porção plenária; asi — és; vainya — ó filho do rei Vena.

Ó rei Pṛthu, filho de Vena, és a expansão parte integrante do Senhor Viṣṇu. Devido às perversidades do rei Vena, os princípios religiosos estavam quase perdidos. Naquele momento oportuno, desceste como a encarnação do Senhor Viṣṇu. De fato, a fim de proteger os princípios religiosos, apareceste do corpo do rei Vena.

SIGNIFICADO—A maneira pela qual o Senhor Viṣṇu mata os demônios e protege os fiéis é mencionada na Bhagavad-gītā (4.8):

paritrāṇāya sādhūnāṁ
vināśāya ca duṣkṛtām
dharma-saṁsthāpanārthāya
sambhavāmi yuge yuge

“A fim de libertar os piedosos e aniquilar os canalhas, bem como para restabelecer os princípios da religião, Eu próprio faço Meu advento, milênio após milênio.”

Em duas de Suas mãos, o Senhor Viṣṇu sempre porta uma maça e um cakra para matar os demônios, e, em Suas outras duas mãos, Ele porta um búzio e um lótus para proteger Seus devotos. Quando Sua encarnação está presente neste planeta ou neste universo, o Senhor mata os demônios e protege Seus devotos simultaneamente. Às vezes, o Senhor Viṣṇu aparece pessoalmente como o Senhor Kṛṣṇa ou o Senhor Rāma. Os śāstras mencionam todos esses aparecimentos. Às vezes, Ele aparece como um śaktyāveśa-avatāra, como o senhor Buddha. Esses śaktyāveśa-avatāras, como se explicou antes, são encarnações do poder de Viṣṇu investido em uma entidade viva. As entidades vivas também são partes integrantes do Senhor Viṣṇu, mas não são tão poderosas; portanto, quando uma entidade viva desce como uma encarnação de Viṣṇu, ela é especialmente dotada de poder pelo Senhor.

Quando o rei Pṛthu é descrito como uma encarnação do Senhor Viṣṇu, deve-se entender que ele é um śaktyāveśa-avatāra, parte integrante do Senhor Viṣṇu, e é especificamente dotado de poder por Ele. Qualquer ser vivo que atue como uma encarnação do Senhor Viṣṇu é assim dotado de poder pelo Senhor Viṣṇu para pregar o culto de bhakti. Uma pessoa assim pode agir como o Senhor Viṣṇu, derrotar os demônios com argumentos e pregar o culto de bhakti exatamente de acordo com os princípios dos śāstras. Como se indica na Bhagavad-gītā, sempre que encontramos alguma pessoa extraordinária pregando o culto de bhakti, devemos saber que ela foi especialmente dotada de poder pelo Senhor Viṣṇu, ou o Senhor Kṛṣṇa. Como se confirma no Caitanya-caritāmṛta (Antya 7.11), kṛṣṇa-śakti vinā nahe tāra pravartana: ninguém pode explicar as glórias do santo nome do Senhor se não é especificamente dotado de poder por Ele. Quem critica uma dessas personalidades dotadas de poder deve ser considerado um ofensor contra o Senhor Viṣṇu e é passível de punição. Mesmo que tais ofensores se vistam como vaiṣṇavas com tilaka e mālā falsas, jamais serão perdoados pelo Senhor se ofenderem um vaiṣṇava puro. Há muitos exemplos disso nos śāstras.

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