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VERSO 22

gṛheṣu kūṭa-dharmeṣu
sakto grāmya-sukhecchayā
karma-tantraṁ vitanute
veda-vāda-vipanna-dhīḥ

gṛheṣu — na vida familiar; kūṭa-dharmeṣu — de pretensa religiosidade; saktaḥ — sendo atraído; grāmya-sukha-icchayā — pelo desejo de felicidade material; karma-tantram — atividades fruitivas; vitanute — executa; veda-vāda — pelas explicações dos Vedas; vipanna-dhīḥ — perdendo-se a inteligência.

A vida familiar pretensamente religiosa, na qual alguém se sente atraído pela felicidade material e, assim, também se sente atraído pela explicação superficial dos Vedas, rouba toda a inteligência da pessoa e a prende a atividades fruitivas como se fossem tudo que existe.

SIGNIFICADO—As pessoas que se identificam com a existência corpórea se apegam às atividades fruitivas descritas na literatura védica. Por exemplo, declara-se nos Vedas que quem observar o voto de cāturmāsya alcançará felicidade eterna no reino celestial. Na Bhagavad-gītā, é dito que esta linguagem florida dos Vedas atrai principalmente pessoas que se identificam com o corpo. Para elas, a felicidade existente no reino celestial é tudo; elas não sabem que, além disso, existe o reino espiritual, ou reino de Deus, e não têm conhecimento de que se pode ir lá. Assim, elas estão desprovidas de conhecimento transcendental. Pessoas assim são muito cuidadosas em observar as regras e regulações da vida familiar a fim de serem promovidas na próxima vida à Lua ou a outros planetas celestiais. Afirma-se aqui que semelhantes pessoas estão apegadas a grāmya-sukha, que significa “felicidade material”, sem conhecimento da vida espiritual eterna e bem-aventurada.

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