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VERSO 33

arthendriyārthābhidhyānaṁ
sarvārthāpahnavo nṛṇām
bhraṁśito jñāna-vijñānād
yenāviśati mukhyatām

artha — riquezas; indriya-artha — para a satisfação dos sentidos; abhidhyānam — pensando constantemente em; sarva-artha — quatro espécies de conquistas; apahnavaḥ — destrutivas; nṛṇām — da socie­dade humana; bhraṁśitaḥ — estando desprovido de; jñāna — conhe­cimento; vijñānāt — serviço devocional; yena — por tudo isso; āviśati­ — entra; mukhyatām — vida imóvel.

Para a sociedade humana, pensar constantemente em como obter dinheiro e aplicá-lo para o gozo dos sentidos provoca a destruição dos interesses de todos. Aquele que se torna desprovido de conhecimento e serviço devocional entra em espécies de vida tais como as árvores e as pedras.

SIGNIFICADO—Jñāna, ou conhecimento, significa entender nossa posição consti­tucional, e vijñāna refere-se à aplicação prática deste conhecimento na vida. Sob a forma humana de vida, deve-se chegar à posição de jñāna e vijñāna, mas, apesar dessa grande oportunidade, se alguém deixar de desenvolver conhecimento e a aplicação prática do conhe­cimento, por intermédio da ajuda de um mestre espiritual e dos śāstras – em outras palavras, se abusar dessa oportunidade –, então, na próxima vida, é certo que nascerá em uma espécie entre as entidades vivas imóveis. Na categoria de entidades vivas imóveis, enquadram-se as colinas, as montanhas, as árvores, as plantas etc. Essa fase de vida se chama puṇyatām ou mukhyatām, ou seja, redução de todas as atividades a zero. Os filósofos que apoiam a cessação de todas as atividades chamam-se śūnyavādīs. Pelo próprio arranjo da natureza, nossas atividades destinam-se a voltarem-se pouco a pouco ao serviço devocional. Porém, há filósofos que, ao invés de purificarem suas atividades, tentam reduzir tudo a zero, ou mergulhar todas as atividades em um vazio. Essa falta de atividade é representada pelas árvores e pelas colinas. Essa é uma das punições impostas pelas leis da natureza. Se não cumprirmos adequada­mente nossa missão de autorrealização na vida, a punição da natureza nos deixará inativos, pondo-nos sob a forma de árvores e colinas. Portanto, as atividades voltadas ao gozo dos sentidos são condenadas nesta passagem. Quem pensa constantemente em atividades para obter dinheiro e satisfazer os sentidos está trilhando um caminho suicida. Na verdade, toda a sociedade humana está trilhando esse caminho. De alguma forma, as pessoas estão deter­minadas a conseguir dinheiro, esmolando, fazendo empréstimos ou roubando, e usando isso para o gozo dos sentidos. Uma civilização assim é o maior obstáculo no caminho da autorrealização.

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