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Capítulo Vinte e Dois

O Encontro de Pṛthu Mahārāja com os Quatro Kumāras

VERSO 1: O grande sábio Maitreya disse: Enquanto os cidadãos oravam assim ao poderosíssimo rei Pṛthu, os quatro Kumāras, que eram brilhantes como o Sol, chegaram àquele lugar.

VERSO 2: Vendo a refulgência resplandecente dos quatro Kumāras, mestres de todo o poder místico, o rei e seus associados puderam reconhecê-los à medida que eles desciam do céu.

VERSO 3: Vendo os quatro Kumāras, Pṛthu Mahārāja ficou ansiosíssimo por recebê-los. Portanto, o rei, junto com todos os seus auxiliares, levantou-se bem apressado, tão ansiosamente como uma alma condicionada cujos sentidos ficam imediatamente atraídos pelos modos da natureza material.

VERSO 4: Tendo os grandes sábios aceitado a recepção, conforme as instruções dos śāstras, e finalmente tomado seus assentos oferecidos pelo rei, este, influenciado pelas glórias dos sábios, prostrou-se de imediato. Dessa maneira, ele adorou os quatro Kumāras.

VERSO 5: Depois disso, o rei pegou a água que lavara os pés de lótus dos Kumāras e jogou um pouco sobre o seu cabelo. Por meio dessas ações respeitosas, o rei, como uma personalidade exemplar, mostrou como receber uma personalidade espiritualmente avançada.

VERSO 6: Os quatro grandes sábios eram mais velhos que o senhor Śiva e, ao se sentarem sobre o trono dourado, pareciam o fogo abrasador sobre um altar. Devido à sua grande docilidade e respeito por eles, Mahā­rāja Pṛthu começou a falar com grande comedimento as seguintes palavras.

VERSO 7: O rei Pṛthu disse: Meus queridos e grandes sábios, ó auspiciosidade personificada, é dificílimo até mesmo para os yogīs místicos poderem ver-vos. Em verdade, é muito raro ver-vos. Não sei que espécie de atividade piedosa executei para que vós me deis a graça de aparecer diante de mim espontaneamente.

VERSO 8: Toda pessoa com quem os brāhmaṇas e vaiṣṇavas fiquem satisfeitos pode obter qualquer coisa que seja muito difícil de conseguir, tanto neste mundo, como após a morte. Não apenas isso, mas essa pessoa também recebe o favor do auspicioso senhor Śiva e do Senhor Viṣṇu, que acompanham os brāhmaṇas e vaiṣṇavas.

VERSO 9: Pṛthu Mahārāja prosseguiu: Embora estejais viajando por todos os sistemas planetários, as pessoas não podem conhecer-vos, assim como não podem conhecer a Superalma, embora esteja dentro do coração de todos como a testemunha de tudo. Mesmo o senhor Brahmā e o senhor Śiva não podem entender a Superalma.

VERSO 10: Uma pessoa que não é muito rica e está apegada à vida familiar torna-se gloriosíssima quando pessoas santas estão presentes em seu lar. Gloriosos são o amo e os servos que oferecem água, assentos e parafernália de recepção a visitantes eminentes, e o próprio lar também é glorioso.

VERSO 11: Por outro lado, muito embora repleto de toda opulência e prosperidade material, qualquer lar de um chefe de família onde os devotos do Senhor nunca têm permissão de entrar, e onde não haja água para lavar seus pés, deve ser considerado uma árvore na qual vivem todas as serpentes venenosas.

VERSO 12: Mahārāja Pṛthu deu suas boas-vindas aos quatro Kumāras, chamando-os de os melhores dos brāhmaṇas. Ele os acolheu, dizen­do: Desde o início de vosso nascimento, observastes estritamente os votos de celibato e, embora sejais experientes no caminho da libe­ração, vos mantendes como pequenas crianças.

VERSO 13: Pṛthu Mahārāja indagou dos sábios acerca das pessoas enredadas nesta perigosa existência material devido a suas ações anteriores; tais pessoas, cuja única meta é o gozo dos sentidos, poderiam ser abençoadas com alguma boa fortuna?

VERSO 14: Pṛthu Mahārāja prosseguiu: Meus queridos senhores, não há necessidade de perguntar sobre vossa boa ou má fortuna porque estais sempre absortos em bem-aventurança espiritual. A invenção mental de auspicioso e inauspicioso não existe para vós.

VERSO 15: Estou inteiramente seguro de que personalidades como vós são os únicos amigos de pessoas que estão ardendo no fogo da existência material. Portanto, pergunto-vos como, neste mundo material, podemos alcançar rapidamente a meta última da vida.

VERSO 16: A Suprema Personalidade de Deus está sempre ansiosa por elevar as entidades vivas, que são Suas partes integrantes, e, para o especial benefício delas, o Senhor viaja por todo o mundo sob a forma de pessoas autorrealizadas como vós.

VERSO 17: O grande sábio Maitreya continuou: Assim, Sanat-kumāra, o melhor dos celibatários, após ouvir o discurso de Pṛthu Mahārāja, que era significativo, apropriado, repleto de palavras precisas e muito doce de se ouvir, sorriu com plena satisfação e começou a falar o seguinte.

VERSO 18: Sanat-kumāra disse: Meu querido rei Pṛthu, são ótimas as perguntas que dirigiste a mim. Tais perguntas são benéficas para todas as entidades vivas, especialmente porque foram levantadas por ti, que sempre pensas no bem dos demais. Embora saibas de tudo, fazes semelhantes perguntas porque assim se comportam as pessoas santas. Tal inteligência é digna de tua posição.

VERSO 19: Quando existe uma congregação de devotos, seus debates, perguntas e respostas tornam-se conclusivos tanto para o orador quanto para a audiência. Assim, tal encontro é benéfico para a verdadeira felicidade de todos.

VERSO 20: Sanat-kumāra prosseguiu: Meu querido rei, já tens uma inclinação a glorificar os pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Semelhante apego é muito difícil de se alcançar, mas, quando alguém obtém essa fé inquebrantável no Senhor, naturalmente se limpa dos desejos luxuriosos no âmago de seu coração.

VERSO 21: Segundo a conclusão definitiva das escrituras, após a devida consideração, a meta última para o bem-estar da sociedade humana é o desapego do conceito corpóreo da vida e o crescente e inabalável apego ao Senhor Supremo, que é transcendental, estando além dos modos da natureza material.

VERSO 22: É possível aumentar o apego ao Supremo praticando o serviço devocional, indagando acerca da Suprema Personalidade de Deus, aplicando bhakti-yoga na vida, adorando o Yogeśvara, a Suprema Personalidade de Deus, e ouvindo e cantando as glórias da Suprema Personalidade de Deus. Essas ações são piedosas por si só.

VERSO 23: Quem quer avançar na vida espiritual deve evitar a companhia de pessoas interessadas apenas em gozo dos sentidos e em fazer dinheiro. Não somente essas pessoas, mas também aqueles que se associam com tais pessoas devem ser evitados. Devemos moldar nossa vida de tal maneira que não possamos viver em paz sem beber o néctar da glorificação da Suprema Personalidade de Deus, Hari. Deste modo, poderemos elevar-nos, tornando-nos avessos ao gosto pelo desfrute dos sentidos.

VERSO 24: Um candidato ao avanço espiritual deve ser não-violento, deve seguir os passos de grandes ācāryas, deve lembrar-se sempre do néctar dos passatempos da Suprema Personalidade de Deus, deve seguir os princípios reguladores sem desejos materiais e, enquanto segue os princípios reguladores, deve evitar blasfemar os outros. O devoto deve levar uma vida muito simples e não se deixar perturbar pela dualidade de elementos opostos. Ele deve aprender a tolerá-los.

VERSO 25: O devoto deve, aos poucos, aumentar o cultivo de serviço devocional, ouvindo constantemente as qualidades transcendentais da Suprema Personalidade de Deus. Esses passatempos são como decorações ornamentais nos ouvidos dos devotos. Prestando serviço devocional e transcendendo as qualidades materiais, é possível fixar-se facilmente em transcendência na Suprema Personalidade de Deus.

VERSO 26: Ao se fixar em seu apego à Suprema Personalidade de Deus pela graça do mestre espiritual e pelo despertar de conhecimento e desapego, a entidade viva, situada dentro do coração do corpo e coberta pelos cinco elementos, queima seus envolvimentos materiais exatamente como o fogo que surge da madeira e queima a própria madeira.

VERSO 27: Quem se despoja de todos os desejos materiais e se liberta de todas as qualidades materiais transcende as distinções entre ações realizadas externa e internamente. Nesse momento, a diferença entre a alma e a Superalma, que existia antes da autorrealização, extingue­-se. Quando um sonho acaba, não há mais distinção entre o sonho e o sonhador.

VERSO 28: Quando a alma existe para o gozo dos sentidos, ela cria diferentes desejos, razão pela qual se sujeita a designações. Porém, quando está na posição transcendental, já não se interessa por nada exceto a satisfação dos desejos do Senhor.

VERSO 29: É apenas devido a diferentes causas que alguém vê diferença entre ele próprio e os outros, assim como alguém vê o reflexo de um corpo aparecendo diversamente manifestado na água, no óleo ou em um espelho.

VERSO 30: Quando a mente e os sentidos de alguém se atraem por objetos dos sentidos em busca de gozo, a mente se agita. Como resultado de pensar continuamente em objetos dos sentidos, sua verdadeira consciência quase se perde, assim como a água de um lago que é sugada pouco a pouco pela grama crescida em suas margens.

VERSO 31: Aquele que se desvia de sua consciência original perde a capacidade de lembrar-se de sua posição anterior ou de reconhecer sua posição atual. Perdida a lembrança, todo o conhecimento adqui­rido se baseia em um alicerce falso. Quando isso acontece, os estudiosos eruditos consideram que a alma está perdida.

VERSO 32: Não há obstáculo mais forte ao nosso interesse pessoal do que pensar haver outros assuntos mais proveitosos do que nossa autorrealização.

VERSO 33: Para a sociedade humana, pensar constantemente em como obter dinheiro e aplicá-lo para o gozo dos sentidos provoca a destruição dos interesses de todos. Aquele que se torna desprovido de conhecimento e serviço devocional entra em espécies de vida tais como as árvores e as pedras.

VERSO 34: Aqueles que desejam fortemente cruzar o oceano de ignorância devem evitar o contato com os modos da ignorância, pois as atividades hedonistas são os maiores obstáculos à compreensão dos princípios religiosos, ao desenvolvimento econômico, ao gozo regulado dos sentidos e, finalmente, à liberação.

VERSO 35: Dentre os quatro princípios – a saber, religião, desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e liberação – a liberação deve ser levada muito a sério. Os outros três estão sujeitos a serem destruídos pela morte, a estrita lei da natureza.

VERSO 36: Aceitamos como bênçãos os diferentes estados de vida superior, distinguindo-os dos estados inferiores de vida, mas devemos entender que semelhantes distinções existem apenas em relação ao inter­câmbio dos modos da natureza material. Na verdade, esses estados de vida não têm existência permanente, pois todos eles serão des­truídos pelo controlador supremo.

VERSO 37: Sanat-kumāra aconselhou o rei: Portanto, meu querido rei Pṛthu, esforça-te para entender a Suprema Personalidade de Deus, que vive no coração de todos junto com a alma individual, dentro de todos e de cada um dos corpos, quer móveis, quer imóveis. As almas individuais estão totalmente cobertas pelo corpo material grosseiro e pelo corpo sutil composto de ar vital e inteligência.

VERSO 38: A Suprema Personalidade de Deus manifesta-Se como a raiz de todas as causas e efeitos dentro deste corpo, mas quem transcende a energia ilusória mediante cautelosa reflexão, a qual escla­rece o equívoco de confundir uma cobra com uma corda, pode entender que o Paramātmā é eternamente transcendental à criação material, estando situado em energia interna pura. Assim, o Senhor é transcendental a toda a contaminação material. É apenas a Ele que devemos nos render.

VERSO 39: Os devotos, que estão sempre ocupados a serviço dos dedos dos pés de lótus do Senhor, podem superar muito facilmente os arraigados dese­jos de atividades fruitivas. Como isso é muito difícil, os não-­devotos – os jñānīs e os yogīs –, embora tentem conter as ondas de gozo dos sentidos, não podem fazê-lo. Portanto, aconselho-te a que te ocupes no serviço devocional a Kṛṣṇa, o filho de Vasudeva.

VERSO 40: O oceano de ignorância é muito difícil de se atravessar porque está infestado de muitos tubarões perigosos. Embora aqueles que são não-devotos submetam-se a rigorosas austeridades e penitências para cruzar esse oceano, recomendamos que tu simplesmente te refugies aos pés de lótus do Senhor, que são como barcos para se cruzar o oceano. Apesar de o oceano ser difícil de transpor, abrigando-te a Seus pés de lótus, superarás todos os perigos.

VERSO 41: O grande sábio Maitreya prosseguiu: Sendo assim iluminado em completo conhecimento espiritual pelo filho de Brahmā – um dos Kumāras, que era pleno de conhecimento espiritual –, o rei os adorou com as seguintes palavras.

VERSO 42: O rei disse: Ó brāhmaṇa, ó poderoso, anteriormente o Senhor Viṣṇu me concedeu Sua misericórdia imotivada, indicando que viríeis à minha casa, e, para confirmar essa bênção, todos vós viestes.

VERSO 43: Meu querido brāhmaṇa, cumpriste a ordem perfeitamente porque também és tão compassivo como o Senhor. É meu dever, portanto, oferecer-te algo. Porém, não possuo nada exceto os restos do ali­mento comido por grandes pessoas santas. O que devo dar-te?

VERSO 44: O rei continuou: Portanto, meus queridos brāhmaṇas, minha vida, esposa, filhos, lar, móveis e parafernália doméstica, meu reino, força, terra e especialmente meu tesouro – ofereço-vos tudo isso.

VERSO 45: Uma vez que somente alguém perfeitamente educado segundo os princípios do conhecimento védico merece ser comandante-em-chefe, governante do estado, alguém com poder de castigar e proprietário de todo o planeta, Pṛthu Mahārāja ofereceu tudo aos Kumāras.

VERSO 46: Os kṣatriyas, vaiśyas e śūdras comem seu alimento em virtude da misericórdia dos brāhmaṇas. São os brāhmaṇas que gozam de suas próprias posses, vestem-se com suas próprias posses e fazem cari­dade com suas próprias posses.

VERSO 47: Pṛthu Mahārāja prosseguiu: Como tais pessoas, que têm prestado serviço ilimitado, explanando o caminho da autorrealização no tocante à Suprema Personalidade de Deus, e cujas explanações são dadas para nossa iluminação com plena convicção e evidência védica, podem ser retribuídas? Tudo o que podemos fazer é lhes ofertar água, com nossas mãos juntas em forma de conchas, para a satisfação delas. Personalidades grandiosas assim podem satisfazer-se apenas com suas próprias atividades, que elas, por sua misericórdia ilimitada, distribuem na sociedade humana.

VERSO 48: O grande sábio Maitreya continuou: Sendo assim adorados por Mahārāja Pṛthu, os quatro Kumāras, que eram mestres no serviço devocional, ficaram muito satisfeitos. Na verdade, eles apareceram no céu e louvaram o caráter do rei, e todos os presentes os observaram.

VERSO 49: Entre as grandes personalidades, Mahārāja Pṛthu era a principal em virtude de sua posição fixa no tocante à iluminação espiri­tual. Ele permanecia satisfeito assim como alguém que obteve todo o sucesso na compreensão espiritual.

VERSO 50: Por estar sempre satisfeito, Mahārāja Pṛthu cumpria seus deveres da maneira mais perfeita possível, de acordo com o momento e com sua situação, força e posição financeira. Seu único objetivo em todas as suas atividades era satisfazer a Verdade Absoluta. Dessa maneira, ele agia devidamente.

VERSO 51: Mahārāja Pṛthu dedicava-se completamente a ser um servo eterno da Suprema Personalidade de Deus, transcendental à natureza material. Consequentemente, ele oferecia todos os frutos de suas atividades ao Senhor, e sempre se julgava um servo da Suprema Personalidade de Deus, o proprietário de tudo.

VERSO 52: Mahārāja Pṛthu, que era muito opulento devido à prosperidade de todo o seu império, permanecia em casa como chefe de família. Como jamais se sentiu inclinado a utilizar suas opulências para o gozo de seus sentidos, ele permanecia desapegado, exatamente como o Sol, que não é afetado em nenhuma circunstância.

VERSO 53: Estando situado na posição liberada de serviço devocional, Pṛthu Mahārāja não somente realizou todas as atividades fruitivas, mas também gerou cinco filhos com sua esposa, Arci. De fato, todos os seus filhos foram gerados de acordo com seu desejo pessoal.

VERSO 54: Após gerar cinco filhos, chamados Vijitāśva, Dhūmrakeśa, Harya­kṣa, Draviṇa e Vṛka, Pṛthu Mahārāja continuou a governar o planeta. Ele aceitou todas as qualidades das deidades que governa­vam todos os demais planetas.

VERSO 55: Uma vez que Mahārāja Pṛthu era um devoto perfeito da Suprema Personalidade de Deus, ele queria proteger a criação do Senhor satisfazendo os vários cidadãos de acordo com seus vários desejos. Portanto, Pṛthu Mahārāja costumava satisfazê-los, em todos os sentidos, com suas palavras, mentalidade, obras e amabilidade.

VERSO 56: Mahārāja Pṛthu tornou-se um rei tão célebre como Soma-rāja, o rei da Lua. Ele também era poderoso e exigente, tal qual o deus do Sol, que distribui calor e luz e, ao mesmo tempo, recolhe todas as águas planetárias.

VERSO 57: Mahārāja Pṛthu era tão forte e poderoso que ninguém podia desobedecer às suas ordens, assim como ninguém tentaria conquistar o fogo em pessoa. Tão forte era ele que o comparavam a Indra, o rei do céu, cujo poder é insuperável. Por outro lado, Mahārāja Pṛthu era tolerante como a Terra, e, quanto à satisfação dos vários desejos da sociedade humana, ele era como o próprio céu.

VERSO 58: Assim como a chuva satisfaz os desejos de todos, Mahārāja Pṛthu satisfazia a todos. Ele era como o mar, cujas profundezas ninguém pode entender, e era como Meru, o rei das colinas, em sua firmeza de propósito.

VERSO 59: A inteligência e educação de Mahārāja Pṛthu eram exatamente como as de Yamarāja, o superintendente da morte. Sua opulência era comparável às montanhas dos Himalaias, onde todas as joias e metais preciosos são abundantes. Ele possuía grandes riquezas, como Kuvera, o tesoureiro dos planetas celestiais, e ninguém podia revelar seus segredos, pois eles eram como os segredos do semideus Varuṇa.

VERSO 60: Em sua força corpórea e na força sensorial, Mahārāja Pṛthu era forte como o vento, que pode ir a toda e qualquer parte. Quanto à sua intolerância, ele era como a todo-poderosa expansão Rudra do senhor Śiva, ou Sadāśiva.

VERSO 61: Em sua beleza corpórea, ele era como o Cupido, e, em sua reflexão, era como um leão. Em sua afeição, era como Svāyambhuva Manu, e, na capacidade de controlar, era como o senhor Brahmā.

VERSO 62: Em seu comportamento pessoal, Pṛthu Mahārāja manifestava todas as boas qualidades, e, em conhecimento espiritual, ele era exatamente como Bṛhaspati. Em autocontrole, ele era como a própria Suprema Personalidade de Deus. Quanto a seu serviço devocional, ele era um grande seguidor dos devotos apegados à proteção às vacas e à prestação de toda classe de serviços ao mestre espiritual e aos brāhmaṇas. Ele era perfeito em seu recato e em sua amabilidade e, quando se dedicava a alguma atividade filantrópica, agia como se estivesse trabalhando para seu próprio interesse.

VERSO 63: Em todo o universo – nos sistemas planetários superior, inferior e intermediário –, a reputação de Pṛthu Mahārāja era proclamada em voz alta, e todas as senhoras e pessoas santas ouviam suas gló­rias, as quais eram tão doces quanto as glórias do Senhor Rāma­candra.

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