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VERSO 78

idaṁ yaḥ kalya utthāya
prāñjaliḥ śraddhayānvitaḥ
śṛṇuyāc chrāvayen martyo
mucyate karma-bandhanaiḥ

idam — esta oração; yaḥ — o devoto que; kalye — de manhã cedo; utthāya — após se levantar; prāñjaliḥ — de mãos postas; śraddhayā — com fé e devoção; anvitaḥ — estando assim absorto; śṛṇuyāt — pessoalmente canta e ouve; śrāvayet — e faz com que outros ouçam; martyaḥ — semelhante ser humano; mucyate — livra-se; karma-bandhanaiḥ — de toda classe de ações resultantes de ativi­dades fruitivas.

O devoto que acorda de manhã cedo e de mãos postas entoa essa oração cantada pelo senhor Śiva e proporciona oportunidade para que outros ouçam-na certamente se livra de todo cativeiro às atividades fruitivas.

SIGNIFICADO––Mukti, ou liberação, significa livrar-se dos resultados de ativi­dades fruitivas. Como se afirma no Śrīmad-Bhāgavatam (2.10.6): muktir hitvānyathā-rūpam svarupeṇa vyavasthitiḥ: mukti significa abandonar todas as demais atividades e situar-se na própria posição constitucional. Nesse estado condicionado, somos arrastados de uma atividade fruitiva a outra. Karma-bandhana significa “os grilhões da atividade fruitiva”. Enquanto nossa mente estiver absorta em atividades fruitivas, seremos forçados a inventar planos para a felicidade. O processo de bhakti-yoga é diferente, pois bhakti-yoga significa agir de acordo com a ordem da autoridade suprema. Ao agirmos sob a direção da autoridade suprema, os resultados fruiti­vos não nos enredam. Por exemplo, Arjuna lutou porque a Su­prema Personalidade de Deus o queria; portanto, ele não foi responsável pelo resultado da luta. Quanto ao serviço devocional, mesmo os processos de ouvir e cantar são tão bons como o pro­cesso de agir com nosso corpo, mente e sentidos. Na verdade, ouvir e cantar também são atividades dos sentidos. Ao utilizarmos nossos sentidos para nosso próprio prazer, eles nos enredam em karma, mas, ao serem usados para a satisfação do Senhor, eles nos estabelecem em bhakti.

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