VERSO 7
nārada uvāca
bhoḥ bhoḥ prajāpate rājan
paśūn paśya tvayādhvare
saṁjñāpitāñ jīva-saṅghān
nirghṛṇena sahasraśaḥ
nāradaḥ uvāca — o grande sábio Nārada respondeu; bhoḥ bhoḥ — olá; prajā-pate — ó governante dos cidadãos; rājan — ó rei; paśūn — animais; paśva — por favor, vê; tvayā — por ti; adhvare — no sacrifício; saṁjñāpitān — mortos; jīva-saṅghān — grupos de animais nirghṛṇena — sem piedade; sahasraśaḥ — aos milhares.
O grande sábio Nārada disse: Ó governante dos cidadãos, meu querido rei, por favor, vê no céu aqueles animais que sacrificaste sem compaixão e sem misericórdia na arena de sacrifício.
SIGNIFICADO––Uma vez que o sacrifício de animais é recomendado nos Vedas, existem sacrifícios de animais em quase todos os rituais religiosos. Contudo, ninguém deve contentar-se simplesmente em matar animais de acordo com as orientações das escrituras. Deve-se transcender as cerimônias ritualísticas e procurar entender a verdade real, o propósito da vida. Nārada Muni quis instruir o rei sobre o verdadeiro propósito da vida e despertar um espírito de renúncia em seu coração. O conhecimento e o espírito de renúncia (jñāna-vairāgya) constituem a meta última da vida. Sem conhecimento, ninguém pode desapegar-se do gozo material, e, sem desapegar-se do gozo material, ninguém pode avançar espiritualmente. Os karmīs geralmente se ocupam em gozo dos sentidos, para o que estão prontos a cometer muitas atividades pecaminosas. O sacrifício de animais nada mais é do que uma dessas atividades pecaminosas: consequentemente, através de seu poder místico, Nārada Muni mostrou ao rei Prācīnabarhiṣat os animais mortos que ele sacrificara.