VERSO 18
sa eva puryāṁ madhu-bhuk
pañcāleṣu sva-pārṣadaiḥ
upanītaṁ baliṁ gṛhṇan
strī-jito nāvidad bhayam
saḥ — ele; eva — decerto; puryām — dentro da cidade; madhu-bhuk — gozando de vida sexual; pañcāleṣu — no reino de Pañcāla (cinco objetos dos sentidos); sva-pārṣadaiḥ — juntamente com seus seguidores; upanītam — trazia; balim — impostos; gṛhṇan — aceitando; strī-jitaḥ — dominado por mulheres; na — não; avidat — entendia; bhayam — temor à morte.
O rei Purañjana arrecadava impostos na cidade conhecida como Pañcāla, de modo que tinha oportunidades de desfrutar de vida sexual. Estando inteiramente sob o controle de mulheres, ele não podia entender que sua vida estava se acabando e que ele estava à beira da morte.
SIGNIFICADO—Aproveitando-se de sua posição, os homens do governo – incluindo reis, presidentes, secretários e ministros – utilizam os impostos arrecadados dos cidadãos para o gozo dos sentidos. O Śrīmad-Bhāgavatam afirma que, nesta Kali-yuga, os homens do governo (rājanyas) e aqueles ligados ao governo, bem como altos ministros governamentais, secretários e presidentes, simplesmente cobrarão impostos para satisfazer seus sentidos. Como a economia do governo é instável, o governo não consegue se manter sem aumentar os impostos. Quando cobram impostos, os oficiais do governo utilizam o mesmo para o gozo de seus sentidos. Esses políticos irresponsáveis esquecem que haverá o momento da morte, que virá para tirar todo o seu gozo dos sentidos. Alguns deles estão convencidos de que tudo se acaba após a morte. Essa teoria ateísta foi concebida há muito tempo por um filósofo chamado Cārvāka. Cārvāka recomendava que o homem deveria viver com abundância, fosse mendigando, fazendo empréstimos ou roubando. Ele também sustentava a opinião de que ninguém deveria temer a morte, a próxima vida, a vida passada ou uma vida ímpia porque, depois que o corpo se transforma em cinzas, tudo se acaba. Essa é a filosofia daqueles que são demasiadamente apegados à matéria. Semelhante filosofar não salvará ninguém da morte inevitável, nem de uma vida abominável após a morte.