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VERSO 24

purīṁ vihāyopagata
uparuddho bhujaṅgamaḥ
yadā tam evānu purī
viśīrṇā prakṛtiṁ gatā

purīm a cidade; vihāya — tendo abandonado; upagataḥ — saído; uparuddhaḥ — presa; bhujaṅgamaḥ a serpente; yadā quando; tam — a ela; eva — decerto; anu — após; purī a cidade; viśīrṇā­ — desmantelada; prakṛtim — matéria; gatā — transformada em.

A serpente, que já havia sido presa pelos soldados de Yavana-rāja e estava fora da cidade, colocou-se a seguir seu mestre juntamente com os outros. Logo que todos eles deixaram a cidade, ela foi imediatamente desmantelada e reduzida a cinzas.

SIGNIFICADO—Quando a entidade viva é presa, todos os seus seguidores – a saber, o ar vital, os sentidos e os objetos dos sentidos – imediatamente deixam a massa de matéria, o corpo. Quando a entidade viva e seus companheiros partem, o corpo deixa de funcionar, transformando­-se em elementos materiais básicos – terra, água, fogo, ar e éter. No momento em que uma cidade atacada por inimigos é abandonada por seus habitantes, o inimigo aproveita-se para bombardeá-la até reduzir tudo a cinzas. Quando dizemos: “És pó e ao pó retornarás”, referimo-nos ao corpo. Quando uma cidade é atacada e bombar­deada por inimigos, os cidadãos geralmente fogem, e a cidade deixa de existir.

É tolo quem se ocupa em melhorar a condição de uma cidade sem se importar com os cidadãos ou habitantes. Do mesmo modo, uma entidade viva que não é devidamente iluminada por conheci­mento espiritual cuida apenas do corpo externo, desconhecendo que a alma espiritual é o fator principal dentro do corpo. Avançando em conhecimento espiritual, a alma espiritual se salva da transmi­gração eterna. O Bhāgavatam considera aqueles que são apegados a seus corpos como vacas e asnos (sa eva go-kharaḥ). A vaca é um animal muito inocente, e o asno é uma besta de carga. Quem age sob o influxo do conceito corpóreo simplesmente trabalha como um asno e desconhece seu próprio interesse. É por isso que se diz:

yasyātma-buddhiḥ kuṇape tri-dhātuke
sva-dhīḥ kalatrādiṣu bhauma ijya-dhīḥ
yat-tīrtha-buddhiḥ salile na karhicij
janeṣv abhijñeṣu sa eva go-kharaḥ

“Um ser humano que identifica este corpo feito de três elementos com o seu eu, que considera os subprodutos do corpo como parentes, que considera a terra natal adorável e que vai a um lugar de peregrinação simplesmente para banhar-se, ao invés de encontrar­-se com os homens de conhecimento transcendental que ali vivem, deve ser considerado tal qual um asno ou uma vaca.” (Śrīmad-­Bhāgavatam 10.84.13)

A civilização humana desprovida de consciência de Kṛṣṇa é mera civilização de animais inferiores. Às vezes, seme­lhante civilização pode estudar muito o corpo morto e dar valor especial ao cérebro ou ao coração. Contudo, nenhuma parte do corpo é importante a menos que a alma espiritual esteja presente. Em uma civilização moderna de vacas e asnos, os cientistas procuram encontrar algum valor no cérebro ou no coração de um defunto.

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