VERSO 26
taṁ yajña-paśavo ’nena
saṁjñaptā ye ’dayālunā
kuṭhāraiś cicchiduḥ kruddhāḥ
smaranto ’mīvam asya tat
tam — a ele; yajña-paśavaḥ — os animais sacrificatórios; anena — por ele; saṁjñaptāḥ — mortos; ye — todos aqueles que; adayālunā — pelo absolutamente cruel; kuṭhāraiḥ — por machados; cicchiduḥ — despedaçado; kruddhāḥ — estando muito irados; smarantaḥ — lembrando-se; amīvam — atividade pecaminosa; asya — dele; tat — isto.
Purañjana, o mais cruel dos reis, havia matado muitos animais em diversos sacrifícios. Agora, aproveitando-se dessa oportunidade, todos esses animais começaram a trespassá-lo com seus chifres. Era como se ele estivesse sendo despedaçado por machados.
SIGNIFICADO—Aqueles que são muito entusiastas em matar animais em nome da religião ou em troca de alimento devem esperar uma punição semelhante após a morte. A palavra māṁsa (“carne”) indica que os animais que matamos receberão a oportunidade de nos matar. Embora, na realidade, nenhuma entidade viva possa ser morta, as dores de ser despedaçada pelos chifres de animais serão experimentadas após a morte. Ignorando isso, certos patifes continuam matando os pobres animais, sem hesitação. A dita civilização humana tem aberto muitos matadouros para animais, em nome de religião ou de alimentação. Aqueles que são um pouco religiosos matam animais em templos, mesquitas ou sinagogas, e os mais caídos mantêm diversos matadouros. Assim como em uma sociedade humana civilizada a lei é vida por vida, da mesma forma, segundo o Senhor Supremo, nenhuma entidade viva pode abusar de outra entidade viva. Todos devem ter liberdade de viver graças ao pai supremo, e a matança de animais – quer para religião, quer para alimentação – é sempre condenada pela Suprema Personalidade de Deus. Na Bhagavad-gītā (16.19), o Senhor Kṛṣṇa diz:
tān ahaṁ dviṣataḥ krūrān
saṁsāreṣu narādhamān
kṣipāmy ajasram aśubhān
āsurīṣv eva yoniṣu
“Aqueles que são invejosos e perversos, que são os mais baixos entre os homens, Eu os atiro no oceano da existência material, sob várias espécies demoníacas de vida.” Os matadores de animais (dviṣataḥ), invejando outras entidades vivas e a Suprema Personalidade de Deus, são postos na escuridão e não podem entender o tema e o objetivo da vida. Explica-se isso com mais detalhes nos versos seguintes.