VERSO 67
adṛṣṭam aśrutaṁ cātra
kvacin manasi dṛśyate
yathā tathānumantavyaṁ
deśa-kāla-kriyāśrayam
adṛṣṭam — nunca experimentado; aśrutam — nunca ouvido; ca — e; atra — nesta vida; kvacit — em certo momento; manasi — na mente; dṛśyate — é visível; yathā — como; tathā — segundo; anumantavyam — ser compreendido; deśa — lugar; kāla — tempo; kriyā — atividade; āśrayam — dependendo de.
Às vezes, ao sonharmos, vemos algo nunca experimentado ou ouvido nesta vida, mas todos esses incidentes foram experimentados em outros tempos, em outros lugares e em outras condições.
SIGNIFICADO—No verso anterior, explicou-se que, ao sonharmos, vemos aquilo que experimentamos durante o dia. Porém, por que, às vezes, em nossos sonhos, vemos coisas de que nunca ouvimos falar ou nunca vistas em momento algum durante esta vida? Aqui se afirma que, mesmo que tais eventos não tenham sido experimentados nesta vida, eles foram experimentados em vidas anteriores. De acordo com o tempo e as circunstâncias, eles se combinam de modo que, ao sonharmos, vejamos algo maravilhoso que nunca experimentamos antes. Por exemplo, podemos ver um oceano no topo de uma montanha. Ou, então, podemos ver o mar secando. Trata-se simplesmente de combinações de diferentes experiências no tempo e no espaço. Às vezes, podemos ver uma montanha de ouro, e isso se deve ao fato de termos a experiência do ouro e da montanha separadamente. Em um sonho, iludidos, combinamos esses fatores distintos. Dessa maneira, somos capazes de ver montanhas de ouro ou estrelas durante o dia. Concluindo, tudo isso é mera invenção mental, embora realmente tenha sido experimentado em diferentes circunstâncias. São apenas coisas que se combinam em um sonho. Continua-se a explicar este fato no verso seguinte.