VERSO 5
bāhubhyām aśvinoḥ pūṣṇo
hastābhyāṁ kṛta-bāhavaḥ
bhavantv adhvaryavaś cānye
basta-śmaśrur bhṛgur bhavet
bāhubhyām — com dois braços; aśvinoḥ — de Aśvinī-kumāra; pūṣṇaḥ — de Pūṣā; hastābhyām — com duas mãos; kṛta-bāhavaḥ — os que precisam de braços; bhavantu — terão que; adhvaryavaḥ — os sacerdotes; ca — e; anye — outros; basta-śmaśruḥ — a barba do bode; bhṛguḥ — Bhṛgu; bhavet — ele pode ter.
Aqueles cujos braços foram cortados terão que trabalhar com os braços de Aśvinī-kumāra, e aqueles cujas mãos foram cortadas terão que trabalhar com as mãos de Pūṣā. Os sacerdotes também terão que agir dessa maneira. Quanto a Bhṛgu, ele terá a barba da cabeça do bode.
SIGNIFICADO—Bhṛgu Muni, um grande partidário de Dakṣa, recebeu a barba da cabeça do bode que substituíra a cabeça de Dakṣa. A troca da cabeça de Dakṣa indica que a moderna teoria científica, de que a massa cinzenta seja a causa de todo o trabalho inteligente, não é válida. A massa cinzenta de Dakṣa e a de um bode são diferentes, mas Dakṣa ainda assim agia como ele mesmo, muito embora sua cabeça fosse substituída pela de um bode. A conclusão é que é a consciência específica de uma alma individual que age. A massa cinzenta é apenas um instrumento que nada tem a ver com a verdadeira inteligência. As verdadeiras inteligência, mente e consciência fazem parte da alma individual em particular. Encontraremos nos versos adiante que, após a cabeça de Dakṣa ter sido substituída pela cabeça de bode, ele continuou tão inteligente como era anteriormente. Ele ofereceu belas orações para satisfazer o senhor Śiva e o Senhor Viṣṇu, o que um bode não pode fazer. Portanto, conclui-se definitivamente que a massa cinzenta não é o centro da inteligência: é a consciência de uma alma em particular que trabalha inteligentemente. Todo o movimento para a consciência de Kṛṣṇa destina-se a purificar a consciência. Não importa que espécie de cérebro alguém tenha, pois, se ele simplesmente transferir sua consciência da matéria para Kṛṣṇa, sua vida se tornará exitosa. O próprio Senhor confirma na Bhagavad-gītā que qualquer pessoa que adote a consciência de Kṛṣṇa alcança a mais elevada perfeição da vida, independentemente da condição abominável de vida em que ela possa ter caído. Especificamente, qualquer pessoa em consciência de Kṛṣṇa volta ao Supremo, volta ao lar, ao deixar seu presente corpo material.