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VERSO 1

maitreya uvāca
sanakādyā nāradaś ca
ṛbhur haṁso ’ruṇir yatiḥ
naite gṛhān brahma-sutā
hy āvasann ūrdhva-retasaḥ

maitreyaḥ uvāca — Maitreya disse; sanaka-ādyāḥ — aqueles encabeçados por Sanaka; nāradaḥ — Nārada; ca — e; ṛbhuḥ — Ṛbhu; haṁsaḥ — Haṁsa; aruṇiḥ — Aruṇi; yatiḥ — Yati; na — não; ete — todos esses; gṛhān — no lar; brahma-sutāḥ — filhos de Brahmā; hi — certamente; āvasan — viveram; ūrdhva-retasaḥ — autênticos celibatários.

O grande sábio Maitreya disse: Os quatro grandes sábios Kumāras, encabeçados por Sanaka, bem como Nārada, Ṛbhu, Haṁsa, Aruṇi e Yati, todos filhos de Brahmā, não viveram no lar, mas se tornaram ūrdhva-retā, ou naiṣṭhika-brahmacārīs, autênticos celibatários.

SIGNIFICADO­—O sistema de brahmacarya existe desde o nascimento de Brahmā. Uma parte da população, especialmente masculina, não se casava em absoluto. Ao invés de permitirem que seu sêmen fosse derramado, costumavam elevar o sêmen até o cérebro. Eles são chamados ūrdhva-retasaḥ, “aqueles que elevam”. O sêmen é tão importante que se alguém pode elevar o sêmen até o cérebro pelo processo ióguico pode fazer prodígios – capacita sua memória a agir com muita rapidez e aumenta sua duração de vida. Os yogīs podem desse modo praticar toda espécie de austeridades com estabilidade e elevarem-se à fase máxima de perfeição, indo até mesmo ao mundo espiritual. Vívidos exemplos de brahmacārīs que aceitaram este princípio de vida são os quatro sábios Sanaka, Sanandana, Sanātana e Sanat-kumāra, bem como Nārada e outros.

Outra frase significativa aqui é naite gṛhān hy āvasan, “eles não viveram no lar”. Gṛha significa “lar”, bem como “esposa”. De fato, “lar” significa esposa; “lar” não significa um quarto ou uma casa. Quem vive com uma esposa vive no lar; o sannyāsī ou o brahmacārī, mesmo que vivam num quarto ou numa casa, não vivem no lar. O fato de não viverem no lar significa que eles não aceitaram uma esposa, de modo que não tinham motivo para ejacular sêmen. O sêmen é para ser ejaculado quando se tem um lar, uma esposa e a intenção de gerar filhos, ou não se permite ejacular sêmen. Esses princípios eram seguidos desde o começo da criação, e tais brahmacārīs jamais criaram progênie. Esta narração trata dos descendentes do senhor Brahmā nascidos da filha de Manu chamada Prasūti. A filha de Prasūti era Dākṣāyaṇī, ou Satī, a respeito da qual se narrou a história do yajña de Dakṣa. Maitreya agora explica a progênie dos filhos de Brahmā. Dentre os muitos filhos de Brahmā, os filhos brahmacārīs encabeçados por Sanaka e Nārada jamais se casaram, de modo que a narração da história de seus descendentes está fora de cogitação.

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