VERSO 47
śrīvatsāṅkaṁ ghana-śyāmaṁ
puruṣaṁ vana-mālinam
śaṅkha-cakra-gadā-padmair
abhivyakta-caturbhujam
śrīvatsa-aṅkam — a marca de Śrīvatsa no peito do Senhor; ghana-śyāmam — de cor azulada profunda; puruṣam — a Pessoa Suprema; vana-mālinam — com uma guirlanda de flores; śaṅkha — búzio; cakra — roda; gadā — maça; padmaiḥ — flor de lótus; abhivyakta — manifesta; catuḥ-bhujam — de quatro mãos.
Descreve-se ainda o Senhor como portador da marca de Śrīvatsa, ou o assento da deusa da fortuna, e Sua compleição corpórea é de cor azulada profunda. O Senhor é uma pessoa, usa guirlanda de flores e manifesta-Se eternamente com quatro mãos, que seguram [começando da mão esquerda inferior] o búzio, a roda, a maça e a flor de lótus.
SIGNIFICADO—Aqui, neste verso, a palavra puruṣam é muito significativa. O Senhor nunca é feminino. Ele é sempre masculino (puruṣa). Portanto, o impersonalista que imagina a forma do Senhor como a de uma mulher está enganado. O Senhor aparece sob uma forma feminina se necessário, mas Sua forma perpétua é puruṣa, porque Ele é originalmente masculino. O aspecto feminino do Senhor é exibido pelas deusas da fortuna – Lakṣmī, Rādhārāṇī, Sītā etc. Todas essas deusas da fortuna são servas do Senhor; elas não são o Supremo, como imaginam falsamente os impersonalistas. O Senhor Kṛṣṇa, sob Seu aspecto de Nārāyaṇa, sempre tem quatro mãos. No Campo de Batalha de Kurukṣetra, quando Arjuna quis ver Sua forma universal, Ele mostrou esse aspecto de Nārāyaṇa com quatro mãos. Certos devotos opinam que Kṛṣṇa é uma encarnação de Nārāyaṇa, mas a escola bhāgavata diz que Nārāyaṇa é uma manifestação de Kṛṣṇa.