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VERSO 19

śrī-bhagavān uvāca
vedāhaṁ te vyavasitaṁ
hṛdi rājanya-bālaka
tat prayacchāmi bhadraṁ te
durāpam api suvrata

śrī-bhagavān uvāca — a Personalidade de Deus disse; veda — conheço; aham — Eu; te — tua; vyavasitam — determinação; hṛdi — dentro do coração; rājanya-bālaka — ó filho do rei; tat — esta; prayacchāmi — hei de dar-te; bhadram — toda a boa fortuna; te — a ti; durāpam — embora seja muito difícil de obter; api — apesar de; su-vrata — aquele que fez um voto piedoso.

A Personalidade de Deus disse: Meu querido Dhruva, filho do rei, tu executaste votos piedosos, além do que Eu conheço o desejo dentro de teu coração. Embora teu desejo seja muito ambicioso e muito difícil de ser atendido, Eu o realizarei para tua pessoa. Toda a boa fortuna a ti!

SIGNIFICADO—O Senhor é tão misericordioso com Seu devoto que imediatamente disse a Dhruva Mahārāja: “Toda a boa fortuna a ti!” Na verdade, Dhruva Mahārāja estava muito temeroso mentalmente, pois havia aspirado a benefícios materiais ao executar seu serviço devocional, o que o impedia de alcançar a fase de amor a Deus. Na Bhagavad-gītā (2.44), declara-se que bhogaiśvarya-prasaktānām: aqueles que são apegados ao prazer material não podem sentir-se atraídos pelo serviço devocional. Era verdade que, no fundo do coração, Dhruva Mahārāja queria um reino que fosse muito melhor do que Brahmaloka. Esse era um desejo natural para um kṣatriya. Além disso, ele não passava de uma criança de cinco anos que, à sua maneira infantil, desejava ter um reino muito maior do que o de seu pai, seu avô ou o de seu bisavô. Seu pai, Uttānapāda, era filho de Manu, e Manu era filho do senhor Brahmā. Dhruva queria exceder todos esses grandes membros de sua família. O Senhor conhecia a ambição infantil de Dhruva Mahārāja, mas como seria possível oferecer a Dhruva uma posição mais elevada do que a do senhor Brahmā?

O Senhor assegurou a Dhruva Mahārāja que este não seria privado do amor do Senhor. Ele encorajou Dhruva a não se preocupar com o fato de ter infantis desejos materiais ao mesmo tempo em que aspirava puramente a ser um grande devoto. De um modo geral, o Senhor não concede opulência material a um devoto puro, mesmo que este a deseje. Mas o caso de Dhruva Mahārāja era diferente. O Senhor sabia que ele era um devoto tão excelente que, apesar de ter opulência material, não se desviaria jamais do amor a Deus. Esse, contudo, era o caso especial de Dhruva Mahārāja.

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