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VERSO 5

sa vai tadaiva pratipāditāṁ giraṁ
daivīṁ parijñāta-parātma-nirṇayaḥ
taṁ bhakti-bhāvo ’bhyagṛṇād asatvaraṁ
pariśrutoru-śravasaṁ dhruva-kṣitiḥ

saḥ — Dhruva Mahārāja; vai — certamente; tadā — nesse momento; eva — apenas; pratipāditām — tendo alcançado; giram — palavras; daivīm — transcendentais; parijñāta — compreendeu; para-ātma — da Alma Suprema; nirṇayaḥ — a conclusão; tam — ao Senhor; bhakti-bhāvaḥ — situado em serviço devocional; abhyagṛṇāt — ofereceu orações; asatvaram — sem qualquer conclusão precipitada; pariśruta — amplamente conhecida; uru-śravasam — cuja fama; dhruva-kṣitiḥ — Dhruva, cujo planeta não seria aniquilado.

Nessa altura, Dhruva Mahārāja tornou-se perfeitamente consciente da conclusão védica e compreendeu a Verdade Absoluta e Sua relação com todas as entidades vivas. Segundo a linha do serviço devocional ao Senhor Supremo, cuja fama se espalha amplamente, Dhruva, que no futuro receberia um planeta que não seria jamais aniquilado, mesmo durante o momento da dissolução, ofereceu suas deliberadas e conclusivas orações.

SIGNIFICADO—Há muitos pormenores importantes a serem considerados neste verso. Em primeiro lugar, a relação entre a Verdade Absoluta e as energias espiritual e material relativas é aqui compreendida por um estudante que tem pleno conhecimento da literatura védica. Dhruva Mahārāja jamais foi a nenhuma escola ou professor acadêmico para aprender a conclusão védica, mas, devido a seu serviço devocional ao Senhor, assim que o Senhor apareceu e tocou com Seu búzio a testa dele, naturalmente toda a conclusão védica lhe foi revelada. Este é o processo de compreender a literatura védica. Não se pode entendê-la simplesmente através de erudição acadêmica. Os Vedas indicam que somente àquele que tem fé inquebrantável no Senhor Supremo, bem como no mestre espiritual, é que a conclusão védica é revelada.

O exemplo de Dhruva Mahārāja é que ele se ocupou em serviço devocional ao Senhor de acordo com a ordem de seu mestre espiritual, Nārada Muni. Como resultado de ele prestar semelhante serviço devocional com grande determinação e austeridade, a Personalidade de Deus manifestou-Se pessoalmente diante dele. Dhruva não passava de uma criança. Ele queria oferecer belas orações ao Senhor, mas, como carecia de conhecimento suficiente, ele hesitou; pela misericórdia do Senhor, porém, logo que o búzio do Senhor tocou em sua testa, ele se tornou inteiramente consciente da conclusão védica. Essa conclusão baseia-se em entendimento adequado da diferença entre jīva e Paramātmā, a alma individual e a Superalma. A alma individual é eternamente serva da Superalma, de modo que sua relação com a Superalma é oferecer serviço. Isso se chama bhakti-yoga, ou bhakti-bhāva. Dhruva Mahārāja ofereceu suas orações ao Senhor, não à maneira dos filósofos impersonalistas, mas como um devoto. Portanto, aqui se diz claramente: bhakti-bhāva. As únicas orações dignas de serem oferecidas são as oferecidas à Suprema Personalidade de Deus, cuja reputação espalha-se por toda parte. Dhruva Mahārāja queria ter o reino de seu pai, mas seu pai negou-se inclusive a permitir que ele subisse em seu colo. A fim de satisfazer seu desejo, o Senhor já havia criado um planeta conhecido como Estrela Polar, Dhruvaloka, que jamais seria aniquilado, nem mesmo no momento da dissolução do universo. Dhruva Mahārāja alcançou essa perfeição, não agindo precipitadamente, mas executando pacientemente a ordem de seu mestre espiritual, motivo pelo qual se tornou tão exitoso que viu o Senhor face a face. Não só isso, mas também agora ele estava capacitado, pela misericórdia imotivada do Senhor, a oferecer orações apropriadas ao Senhor. Para glorificar ou oferecer orações ao Supremo, é necessária a misericórdia do Senhor. Não se pode escrever em glorificação ao Senhor a menos que se esteja dotado de Sua misericórdia imotivada.

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