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VERSO 8

tvad-dattayā vayunayedam acaṣṭa viśvaṁ
supta-prabuddha iva nātha bhavat-prapannaḥ
tasyāpavargya-śaraṇaṁ tava pāda-mūlaṁ
vismaryate kṛta-vidā katham ārta-bandho

tvat-dattayā — dado por Vós; vayunayā — por conhecimento; idam — este; acaṣṭa — pôde ver; viśvam — todo o universo; supta-prabuddhaḥ — um homem despertando do sono; iva — como; nātha — ó meu Senhor; bhavat-prapannaḥ — o senhor Brahmā, que é rendido a Vós; tasya — dele; āpavargya — de pessoas que desejam a liberação; śaraṇam — o refúgio; tava — Vossos; pāda-mūlam — pés de lótus; vismaryate — podem ser esquecidos; kṛta-vidā — por uma pessoa erudita; katham — como; ārta-bandho — ó amigo dos aflitos.

Ó meu amo, o senhor Brahmā é plenamente rendido a Vós. No princípio, Vós lhe destes conhecimento, em virtude do que ele pôde ver e entender todo o universo, assim como alguém que desperta do sono e visualiza seus deveres imediatos. Sois o único refúgio de todas as pessoas que desejam a liberação, e sois o amigo de todos os aflitos. Como, portanto, uma pessoa erudita que tenha conhecimento perfeito pode esquecer-se de Vós em algum momento?

SIGNIFICADO—Os devotos rendidos da Suprema Personalidade de Deus não podem se esquecer dEle nem mesmo por um momento. O devoto entende que a misericórdia imotivada do Senhor está além de seus cálculos: ele não consegue saber o quanto é beneficiado pela graça do Senhor. Quanto mais o devoto se ocupa em serviço devocional ao Senhor, tanto mais ânimo lhe é suprido pela energia do Senhor. Na Bhagavad-gītā, o Senhor diz que, para aqueles que se ocupam constantemente em serviço devocional com amor e afeição, a Suprema Personalidade de Deus proporciona inteligência interiormente, e assim eles avançam ainda mais. Sendo assim encorajado, o devoto jamais consegue se esquecer, nem mesmo por um momento, da Personalidade de Deus. Ele sempre sente gratidão para com Ele por ter, por Sua graça, alcançado capacidades superiores no serviço devocional. Pessoas santas como Sanaka, Sanātana e o senhor Brahmā foram capazes de ver o universo inteiro, pela misericórdia do Senhor, através do conhecimento do Senhor. Dá-se o exemplo de uma pessoa que, aparentemente, pode ter deixado de dormir durante todo o dia, mas, enquanto não esteja iluminada espiritualmente, na verdade está dormindo. Pode ser que ela durma à noite e execute seus deveres de dia, mas, enquanto não chegue à plataforma de trabalhar em iluminação espiritual, considera-se que está sempre adormecida. O devoto, portanto, jamais se esquece do benefício obtido do Senhor.

Aqui o Senhor é chamado de ārta-bandhu, que significa “amigo dos aflitos”. Como se afirma na Bhagavad-gītā, após muitíssimos nascimentos executando rigorosas austeridades em busca de conhecimento, a pessoa chega ao ponto de verdadeiro conhecimento e se torna sábia ao se render à Suprema Personalidade de Deus. O filósofo māyāvādī, que não se rende à Pessoa Suprema, é tido como carente de conhecimento verdadeiro. O devoto munido de conhecimento perfeito não pode se esquecer de sua obrigação para com o Senhor em momento algum.

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