VERSO 20
śrī-śuka uvāca
iti samabhihito mahā-bhāgavato bhagavatas tri-bhuvana-guror anuśāsanam ātmano laghutayāvanata-śirodharo bāḍham iti sabahu-mānam uvāha.
śrī-śukaḥ uvāca — Śrī Śukadeva Gosvāmī disse; iti — assim; samabhihitaḥ — instruiu perfeitamente; mahā-bhāgavataḥ — o grande devoto; bhagavataḥ — do poderosíssimo senhor Brahmā; tri-bhuvana — dos três mundos; guroḥ — o mestre espiritual; anuśāsanam — a ordem; ātmanaḥ — dele mesmo; laghutayā — devido à inferioridade; avanata — prostrou; śirodharaḥ — sua cabeça; bāḍham — sim, senhor; iti — assim; sa-bahu-mānam — com muito respeito; uvāha — executou.
Śrī Śukadeva Gosvāmī continuou: Assim, depois de ser perfeitamente instruído pelo senhor Brahmā, que é o mestre espiritual dos três mundos, Priyavrata, cuja posição era de um inferior, prestou-lhe reverências, aceitou a ordem e executou a mesma com muito respeito.
SIGNIFICADO—Śrī Priyavrata era neto do senhor Brahmā. Portanto, conforme dita a etiqueta social, sua posição era inferior. É dever do inferior cumprir a ordem do superior com muito respeito. Priyavrata, portanto, disse imediatamente: “Sim, senhor. Executarei vossa ordem.” Descreve-se Priyavrata como mahā-bhāgavata, um grande devoto. O dever de um grande devoto é cumprir a ordem do mestre espiritual, ou do mestre espiritual do mestre espiritual no sistema de paramparā. Como descreve a Bhagavad-gītā (4.2), evaṁ paramparā prāptam: todos precisam receber instruções do Senhor Supremo através da corrente discipular de mestres espirituais. O devoto do Senhor sempre se considera servo do servo do servo do Senhor.