VERSO 3
tasmād bhavantaṁ mama saṁśayārthaṁ
prakṣyāmi paścād adhunā subodham
adhyātma-yoga-grathitaṁ tavoktam
ākhyāhi kautūhala-cetaso me
tasmāt — portanto; bhavantam — para ti; mama — de mim; saṁśaya-artham — o tema que não está claro para mim; prakṣyāmi — devo apresentar; paścāt — depois; adhunā — agora; su-bodham — para que isso possa ser compreendido com toda a clareza; adhyātma-yoga — da instrução mística para autorrealização; grathitam — como foi exposta; tava — tua; uktam — fala; ākhyāhi — por favor, explica mais uma vez; kautūhala-cetasaḥ — cuja mente é muito inquisitiva para entender o mistério contido nessas afirmações; me — a mim.
Procurarei oportunamente dirimir todas as dúvidas que tenho sobre um assunto específico, fazendo-te as perguntas cabíveis. Por enquanto, essas misteriosas instruções de yoga que me deste para a autorrealização parecem muito difíceis de se entender. Por favor, repete-as de maneira simples para que eu possa compreendê-las. Minha mente é muito indagadora, e desejo entender isso com toda a clareza.
SIGNIFICADO—A literatura védica ensina: tasmād guruṁ prapadyeta jijñāsuḥ śreya uttamam. O homem inteligente deve concentrar-se em indagações para conhecer a fundo a ciência transcendental. Portanto, ele deve aproximar-se de um guru, um mestre espiritual. Embora Jaḍa Bharata explicasse tudo a Mahārāja Rahūgaṇa, parece que a inteligência deste não era muito perspicaz para entender tudo claramente. Portanto, ele queria continuar recebendo explicações. Como afirma a Bhagavad-gītā (4.34): tad viddhi praṇipātena paripraśnena sevayā. O estudante deve aproximar-se de um mestre espiritual e prestar-lhe rendição irrestrita (praṇipātena). Também deve fazer-lhe perguntas para entender suas instruções (paripraśnena). Além de render-se ao mestre espiritual, a pessoa também deve prestar-lhe serviço amoroso (sevayā) para que o mestre espiritual fique satisfeito com o discípulo e explique o tema transcendental mais claramente. Quem tem algum interesse em aprender a fundo as instruções védicas não deve apresentar-se com uma atitude desafiadora diante do mestre espiritual.