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VERSO 24

muktas tato yadi bandhād devadatta upācchinatti tasmād api viṣṇumitra ity anavasthitiḥ.

muktaḥ — livre; tataḥ — disso; yadi — se; bandhāt — da prisão governamental ou de ser espancado pelo protetor da mulher; deva-dattaḥ — pessoa chamada Devadatta; upācchinatti — tira-lhe o dinheiro; tasmāt — da pessoa chamada Devadatta; api — por sua vez; viṣṇu-mitraḥ — uma pessoa chamada Viṣṇumitra; iti — assim; anavasthitiḥ — a riqueza não permanece no mesmo lugar, mas passa de mão em mão.

Roubando o dinheiro de outrem e enganando para obter esse dinheiro, a alma condicionada, de uma maneira ou outra, se apossa desse dinheiro e consegue evitar uma punição. Então, outro homem, chamado Devadatta, engana essa pessoa e leva o dinheiro embora. Do mesmo modo, outro homem, chamado Viṣṇumitra, rouba o dinheiro de Devadatta e o leva consigo. Em qualquer caso, o dinheiro não permanece no mesmo lugar. Ele passa de mão em mão. Em última análise, ninguém pode desfrutar do dinheiro, e ele continua sendo propriedade da Suprema Personalidade de Deus.

SIGNIFICADO—As riquezas vêm de Lakṣmī, a deusa da fortuna, e a deusa da fortuna é propriedade de Nārāyaṇa, a Suprema Personalidade de Deus. A deusa da fortuna não pode permanecer em lugar algum a não ser ao lado de Nārāyaṇa; portanto, outro de seus nomes é Cañcalā, inquieta. Ela não pode permanecer tranquila enquanto não estiver na companhia de seu esposo, Nārāyaṇa. Por exemplo, Lakṣmī foi raptada pelo materialista Rāvaṇa. Rāvaṇa raptou Sītā, a deusa da fortuna, pertencente ao Senhor Rāma. Como resultado, toda a família, opulência e reino de Rāvaṇa foram destruídos, e Sītā, a deusa da fortuna, foi liberta de suas garras e devolvida ao Senhor Rāma. Assim, toda propriedade, riquezas e bens pertencem a Kṛṣṇa. Como se afirma na Bhagavad-gītā (5.29):

bhoktāraṁ yajña-tapasāṁ
sarva-loka-maheśvaram

“A Suprema Personalidade de Deus é o verdadeiro beneficiário de todos os sacrifícios e austeridades, e Ele é o proprietário supremo de todos os sistemas planetários.”

Os materialistas tolos acumulam dinheiro e roubam de outros ladrões, mas não podem manter o dinheiro. Em todo caso, deve-se gastá-lo. Um sujeito engana outrem, que, por sua vez, engana outra pessoa; portanto, o melhor processo para se possuir Lakṣmī é mantê-la ao lado de Nārāyaṇa. É nesse aspecto que o movimento para a consciência de Kṛṣṇa se baseia. Adoramos Lakṣmī (Rādhārāṇī) juntamente com Nārāyaṇa (Kṛṣṇa). Coletamos dinheiro de várias fontes, mas esse dinheiro pertence apenas a Rādhā e Kṛṣṇa (Lakṣmī-Nārāyaṇa). Se o dinheiro é utilizado a serviço de Lakṣmī-Nārāyaṇa, o devoto naturalmente vive de maneira opulenta. Contudo, se alguém quer desfrutar de Lakṣmī da maneira como Rāvaṇa quis, será aniquilado pelas leis da natureza, e todas as posses que por acaso tiver serão confiscadas. Enfim, a morte lhe tirará tudo, e a morte é um representante de Kṛṣṇa.

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