VERSO 13
harir hi sākṣād bhagavān śarīriṇām
ātmā jhaṣāṇām iva toyam īpsitam
hitvā mahāṁs taṁ yadi sajjate gṛhe
tadā mahattvaṁ vayasā dampatīnām
hariḥ — o Senhor; hi — com certeza; sākṣāt — diretamente; bhagavān — a Suprema Personalidade de Deus; śarīriṇām — de todas as entidades vivas que aceitaram corpos materiais; ātmā — a vida e alma; jhaṣāṇām — pelos seres aquáticos; iva — como; toyam — a vastidão da água; īpsitam — é desejada; hitvā — abandonando; mahān — uma grande personalidade; tam — a Ele; yadi — se; sajjate — se apega; gṛhe — à vida familiar; tadā — nesse momento; mahattvam — grandeza; vayasā — pela idade; dam-patīnām — do esposo e esposa.
Assim como os seres aquáticos sempre desejam permanecer na vastidão da água, por natureza, todas as entidades vivas condicionadas desejam permanecer na vastidão da existência do Senhor Supremo. Portanto, se alguém, segundo os cálculos materiais, deixa de refugiar-se na Alma Suprema e prefere apegar-se à vida familiar material, sua importância equivale à de um jovem casal de classe baixa. Quem se apega em demasia à vida material perde todas as boas qualidades espirituais.
SIGNIFICADO—Embora sejam animais muito ferozes, os crocodilos não têm poder algum quando, ousando sair da água, pisam em terra firme. Fora da água, não conseguem exibir seu poder original. Do mesmo modo, Paramātmā, a Superalma onipenetrante, é a fonte de todas as entidades vivas, e todas elas são partes integrantes dEle. Ao permanecer em contato com o Vāsudeva onipenetrante, a Personalidade de Deus, a entidade viva manifesta seu poder espiritual, assim como o crocodilo exibe sua força dentro da água. Em outras palavras, percebe-se a grandeza da entidade viva quando ela está no mundo espiritual, ocupada em atividades espirituais. Muitos chefes de família, embora tenham profundo conhecimento dos Vedas, tornam-se apegados à vida familiar. Nesta passagem, são comparados a crocodilos fora da água, pois estão desprovidos de toda a força espiritual. Sua grandeza parece com a de um jovem casal, que, embora não tenham qualquer educação, elogiam-se mutuamente e se sentem atraídos à sua própria beleza temporária. Somente os homens de classe baixa e que não possuem qualificação alguma apreciam esse tipo de grandeza.
Todos devem, portanto, buscar o refúgio da Alma Suprema, a fonte de todas as entidades vivas. Ninguém deve desperdiçar o tempo na aparente felicidade da vida familiar materialista. Na civilização védica, essa espécie de vida tão limitada é permitida somente até os cinquenta anos, quando a pessoa deve abandonar a vida familiar e aceitar ou a ordem de vānaprastha (vida afastada de compromissos familiares, quando se cultiva conhecimento espiritual) ou de sannyāsa (ordem renunciada, na qual a pessoa se refugia por completo na Suprema Personalidade de Deus).