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VERSO 11

kiṁ sambhṛtaṁ rucirayor dvija śṛṅgayos te
madhye kṛśo vahasi yatra dṛśiḥ śritā me
paṅko ’ruṇaḥ surabhīr ātma-viṣāṇa īdṛg
yenāśramaṁ subhaga me surabhī-karoṣi

kim — o que; sambhṛtam — colocaste; rucirayoḥ — belíssimos; dvija — ó brāhmaṇa; śṛṅgayoḥ — dentro dos dois chifres; te — teus; madhye — no meio; kṛśaḥ — fina; vahasi — estais carregando; yatra — onde; dṛśiḥ — olhos; śritā — apegados; me — meus; paṅkaḥ — pó; aruṇaḥ — vermelho; surabhiḥ — aromático; ātma-viṣāṇe — sobre os dois chifres; īdṛk — tais; yena — pelas quais; āśramam — residência; su­-bhaga — ó afortunadíssima; me — minha; surabhī-karoṣi — ­estais perfumando.

Em seguida, Āgnīdhra elogiou os seios rijos de Pūrvacitti. Ele disse: Meu querido brāhmaṇa, tua cintura é muito fina, mas, com muita dificuldade, estais carregando cuidadosamente dois chifres, pelos quais meus olhos ficaram atraídos. Qual é o conteúdo desses dois belos chifres? Pareces tê-los untado com um aromático pó vermelho, pó este semelhante ao Sol quando nasce pela manhã. Ó afortunadíssima, permite-me perguntar-te onde conseguiste esse pó aromático que está perfumando meu āśrama, minha residência.

SIGNIFICADO—Āgnīdhra apreciou os seios rijos de Pūrvacitti. Após ver os seios da jovem, ele quase enlouqueceu. Entretanto, não conseguia reco­nhecer se Pūrvacitti era um rapaz ou uma moça, pois, em virtude de sua austeridade, não fazia distinção entre os dois. Portanto, ao dirigir-se a ela, ele usou a palavra dvija, “ó brāhmaṇa”. Contudo, por que um dvija, um brāhmaṇa, teria chifres em seu peito? Como a cintura do rapaz era fina, pensou Āgnīdhra, era-lhe muito difícil carregar os chifres, de modo que deveria haver algo muito valioso dentro deles. Caso contrário, por que ele os carregaria? A mulher de cintura fina e seios volumosos parece muito atraente. Āgnīdhra, tendo seus olhos atraídos, contemplava os pesados seios sobre o corpo esguio da moça e imaginava como suas costas poderiam sustentá-los. Āgnīdhra imaginava que os rijos seios eram dois chifres que ela havia coberto com roupas para que os outros não vissem os artigos valiosos existentes dentro dos mesmos. Āgnīdhra, entretanto, es­tava muito ansioso por vê-los. Portanto, ele pediu: “Por favor, des­cobre-os para que eu possa ver o que levas dentro deles. Confia que não tirarei nada de ti. Se sentes algum inconveniente em remover a cobertura, posso ajudar-te; eu próprio posso descobri-los para ver as riquezas dentro desses chifres eretos.” Ele também ficou surpreso ao ver o pó vermelho de kuṅkuma untado nos seios dela. Todavia, ainda considerando que Pūrvacitti era um rapaz, Āgnīdhra chamou-a de subhaga, “o muni mais afortunado”. Na certa, aquele rapaz era muito afortunado; de outro modo, como é que, pelo simples fato de estar ali, poderia perfumar todo o āśrama de Āgnīdhra?

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