VERSO 3
yasya ha vā idaṁ kālenopasañjihīrṣato ’marṣa-viracita-rucira-bhramad-bhruvor antareṇa sāṅkarṣaṇo nāma rudra ekādaśa-vyūhas try-akṣas tri-śikhaṁ śūlam uttambhayann udatiṣṭhat.
yasya — de quem; ha vā — na verdade; idam — este (mundo material); kālena — no decorrer do tempo; upasañjihīrṣataḥ — desejando destruir; amarṣa — pela ira; viracita — formado; rucira — muito belo; bhramat — movendo; bhruvoḥ — as duas sobrancelhas; antareṇa — do meio; saṅkarṣaṇaḥ nāma — chamado Saṅkarṣaṇa; rudraḥ — uma encarnação do senhor Śiva; ekādaśa-vyūhaḥ — que tem onze expansões; tri-akṣaḥ — três olhos; tri-śikham — tendo três pontas; śūlam — um tridente; uttambhayan — alçando; udatiṣṭhat — surgiu.
No momento da devastação, quando deseja destruir toda a criação, o Senhor Anantadeva fica um pouco irado. É então que, do meio de Suas duas sobrancelhas, aparece o Rudra de três olhos, portando um tridente. Esse Rudra, que é conhecido como Saṅkarṣaṇa, é a personificação dos onze Rudras, ou encarnações do senhor Śiva. Ele aparece com o propósito de devastar toda a criação.
SIGNIFICADO—Em cada criação, as entidades vivas recebem a oportunidade de encerrar suas atividades de almas condicionadas. Quando elas abusam dessa oportunidade e não voltam ao lar, não voltam ao Supremo, o Senhor Saṅkarṣaṇa fica irado. Os onze Rudras, expansões do senhor Śiva, saem da sobrancelha do Senhor Saṅkarṣaṇa durante o Seu acesso de ira, e, juntos, todos eles devastam toda a criação.