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VERSO 10

yas tv iha vā etad aham iti mamedam iti bhūta-droheṇa kevalaṁ sva-kuṭumbam evānudinaṁ prapuṣṇāti sa tad iha vihāya svayam eva tad-aśubhena raurave nipatati.

yaḥ — aquele que; tu — mas; iha — nesta vida;  — ou; etat — este corpo; aham — eu; iti — assim; mama — meu; idam — isto; iti — assim; bhūta-droheṇa — com inveja a outras entidades vivas; kevalam — sozinho; sva-kuṭumbam — seus membros familiares; eva — apenas; anudinam — dia após dia; prapuṣṇāti — mantém; saḥ — essa pessoa; tat — isto; iha — aqui; vihāya — abandonando; svayam — pessoalmente; eva — com certeza; tat — disto; aśubhena — por causa do pecado; raurave — em Raurava; nipatati — cai.

Há os que aceitam seu corpo como o eu e, dia e noite, trabalham muito arduamente em busca de dinheiro para manter seus próprios corpos e os corpos de suas esposas e filhos. Enquanto trabalham para se manterem e manterem suas famílias, acontece de cometerem violência contra outras entidades vivas. Tais pessoas são forçadas a abandonar seus corpos e suas famílias na hora da morte, quando, então, sofrendo a reação de sua inveja a outras criaturas, são atiradas no inferno chamado Raurava.

SIGNIFICADO—No Śrīmad-Bhāgavatam (10.84.13), afirma-se:

yasyātma-buddhiḥ kuṇape tri-dhātuke
sva-dhīḥ kalatrādiṣu bhauma-ijya-dhīḥ
yat-tīrtha-buddhiḥ salile na karhicij
janeṣv abhijñeṣu sa eva go-kharaḥ

“A pessoa que aceita este saco corpóreo de três elementos [bile, muco e ar] como seu eu, que se identifica com as relações íntimas que mantém com sua esposa e filhos, que considera adorável sua pátria, que se banha nas águas dos lugares sagrados de peregrinação, mas nunca tira proveito das pessoas que têm conhecimento verdadeiro, não é melhor do que um asno ou uma vaca.” Existem duas classes de homens absortos no conceito de vida material. Por ignorância, um homem da primeira classe pensa que seu corpo é o eu, daí ele certamente ser como um animal (sa eva go-kharaḥ). A pessoa da segunda classe, contudo, não apenas pensa que seu corpo material é seu eu, como também comete toda espécie de atividades pecaminosas para manter seu corpo. Com o propósito de adquirir dinheiro para a sua família e para si própria, ela engana todos e, sem motivo aparente, passa a invejar outras pessoas. Semelhante indivíduo é atirado no inferno conhecido como Raurava. Se alguém, tal qual os animais, simplesmente considera seu corpo como seu eu, ele não é muito pecaminoso. Contudo, se desnecessariamente comete pecados para manter seu corpo, é posto no inferno conhecido como Raurava. Essa é a opinião de Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura. Embora os animais por certo estejam no conceito de vida corporal, eles não cometem pecados para manter seus corpos, fêmeas ou filhotes. Portanto, os animais não vão para o inferno. Contudo, ao agir invejosamente e enganar os outros para manter seu corpo, o ser humano é posto em condições infernais.

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