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Neste capítulo, descreve-se bhāgavata-dharma, os princípios religiosos em serviço devocional que transcendem os princípios religiosos que visam à liberação e à mitigação do sofrimento material. Nele, afirma-se que, ao contrário de cães e porcos, o ser humano não deve trabalhar arduamente, na tentativa de obter gozo dos sentidos. A vida humana destina-se especialmente a que possamos reviver nossa relação com o Senhor Supremo, e, para esse fim, devemos aceitar toda espécie de austeridades e penitências. Através de atividades austeras, podemos tirar de nossos corações a contaminação material e, em consequência disso, situarmo-nos na plataforma espiritual. Para atingir essa perfeição, devemos refugiar-nos em um devoto e servi-lo. Então, a porta da liberação se abrirá. Aqueles que são materialmente apegados a mulheres e ao gozo dos sentidos aos poucos vão-se enredando em consciência material e continuam a sofrer as dores ligadas a nascimento, velhice, doença e morte. Aqueles que se ocupam no bem-estar geral e que não estão apegados aos filhos e à família chamam-se mahātmās. Aqueles que estão ocupados em gozo dos sentidos, que agem piedosa ou impiamente, não podem entender o propósito da alma. Portanto, devem aproximar-se de um devoto altamente elevado e aceitá-lo como mestre espiritual. Associando-se com semelhante mestre espiritual, serão capazes de entender o propósito da vida. Sob as suas instruções, podem alcançar o serviço devocional ao Senhor, desapegar-se das coisas materiais e tolerar a dor e a aflição materiais. Então, poderão ver com equanimidade todas as entidades vivas e desejarão conhecer temas transcendentais com grande avidez. Esforçando-se persistentemente em satisfazer Kṛṣṇa, desapegam-se de esposas, filhos e lares. Eles perdem o interesse em desperdiçar seu tempo. Dessa maneira, tornam-se autorrealizados. A pessoa que é avançada em conhecimento espiritual não ocupa ninguém em atividades materiais. E aquele que não consegue transmitir o serviço devocional e, então, libertar outrem, não deve tornar-se mestre espiritual, pai, mãe, semideus ou esposo. Ao instruir seus cem filhos, o Senhor Ṛṣabhadeva os aconselhou a aceitarem seu irmão mais velho, Bharata, como seu guia e senhor e, portanto, servi-lo. Entre todas as entidades vivas, os brāhmaṇas são os melhores, e, acima dos brāhmaṇas, os vaiṣṇavas se situam em uma posição ainda melhor. Servir a um vaiṣṇava significa servir à Suprema Personalidade de Deus. Assim, para instruir a população em geral, Śukadeva Gosvāmī descreve as características de Mahārāja Bharata e a cerimônia sacrificatória executada pelo Senhor Ṛṣabhadeva.

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