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VERSO 2

mahat-sevāṁ dvāram āhur vimuktes
tamo-dvāraṁ yoṣitāṁ saṅgi-saṅgam
mahāntas te sama-cittāḥ praśāntā
vimanyavaḥ suhṛdaḥ sādhavo ye

mahat-sevām — serviço a pessoas espiritualmente avançadas chamadas mahātmās; dvāram — o caminho; āhuḥ — eles dizem; vimukteḥ — da liberação; tamaḥ-dvāram — o caminho para o calabouço de uma condição de vida escura e infernal; yoṣitām — de mulheres; saṅgi — de associados; saṅgam — associação; mahāntaḥ — altamente avançadas em compreensão espiritual; te — eles; sama-cittāḥ — pessoas que veem a todos como uma identidade espiritual; praśāntāḥ — muito pacíficas, situadas em Brahman ou Bhagavān; vimanyavaḥ — sem ira (devemos distribuir consciência de Kṛṣṇa às pessoas hostis sem sentir raiva delas); suhṛdaḥ — benquerentes de todos; sādhavaḥ — devotos qualificados, sem comportamento abominável; ye — aqueles que.

Somente consegue alcançar o caminho que o liberta do cativeiro material aquele que presta serviço a pessoas espirituais avançadíssimas. Essas pessoas são ou impersonalistas ou devotos. Caso alguém deseje mergulhar na existência do Senhor, ou caso deseje associar-se com a Personalidade de Deus, deve prestar serviço aos mahātmās. Para aqueles que não estão interessados nessas atividades, que se associam com pessoas ávidas por mulheres e sexo, o caminho do inferno está de portas abertas. Os mahātmās são equânimes. Eles não veem diferença alguma entre as entidades vivas. São muito pacíficos e ocupam-se plenamente em serviço devocional. Não ficam irados e trabalham para o benefício de todos. Não se comportam de maneiras abomináveis e são conhecidos como mahātmās.

SIGNIFICADO—O corpo humano é como uma encruzilhada. Podemos pegar o caminho da liberação ou o caminho que leva a condições infernais. Nesta passagem, descreve-se como podemos escolher um desses caminhos. No caminho da liberação, associamo-nos com mahātmās, e, no caminho do cativeiro, associamo-nos com pessoas apegadas ao gozo dos sentidos e a mulheres. Existem duas classes de mahātmās – o impersonalista e o devoto. Embora suas metas finais sejam diferentes, o processo de emancipação é praticamente o mesmo. Ambos desejam a felicidade eterna. Um deles busca felicidade no Brahman impessoal, o outro a procura associando-se com a Suprema Personalidade de Deus. Como descrito no primeiro verso, brahma-saukhyam. Brahman significa “espiritual” ou “eterno”; tanto o impersonalista quanto o devoto buscam a vida bem-aventurada e eterna. Em qualquer caso, aconselha-se que todos se tornem perfeitos. Nas palavras do Caitanya-caritāmṛta (Madhya 22.87):

asat-saṅga-tyāga, — ei vaiṣṇava-ācāra
‘strī-saṅgī’ — eka asādhu, ‘kṛṣṇābhakta’ āra

Para permanecermos desapegados dos modos da natureza material, devemos evitar a companhia de pessoas asat, materialistas. Existem duas classes de materialistas. Uma delas está apegada a mulheres e ao gozo dos sentidos, e a outra são simplesmente os não-devotos. O aspecto positivo é associar-se com os mahātmās, e o aspecto negativo é evitar os não-devotos e os “caçadores de mulheres”.

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