VERSO 12
yatākṣāsu-mano-buddhis
tattva-dṛg dhvasta-bandhanaḥ
āsthitaḥ paramaṁ yogaṁ
na dehaṁ bubudhe gatam
yata — controlou; akṣa — sentidos; asu — o ar vital; manaḥ — a mente; buddhiḥ — inteligência; tattva-dṛk — aquele que conhece os tattvas, as energias material e espiritual; dhvasta-bandhanaḥ — livre do cativeiro; āsthitaḥ — estando situado na; paramam — suprema; yogam — absorção, transe; na — não; deham — o corpo material; bubudhe — percebeu; gatam — partiu.
Dadhīci Muni controlou seus sentidos, força vital, mente e inteligência e se absorveu em transe. Assim, ele rompeu todos os seus laços materiais. Ele não pôde perceber como seu corpo material se separou do seu eu.
SIGNIFICADO—O Senhor diz na Bhagavad-gītā (8.5):
anta-kāle ca mām eva
smaran muktvā kalevaram
yaḥ prayāti sa mad-bhāvaṁ
yāti nāsty atra saṁśayaḥ
“E todo aquele que, no fim de sua vida, abandone seu corpo lembrando-se unicamente de Mim, no mesmo instante alcança Minha natureza. Quanto a isso, não há dúvidas.” É claro que é preciso praticar o processo antes que a morte chegue, mas o yogī perfeito, ou seja, o devoto, morre em transe, pensando em Kṛṣṇa. Ele não sente seu corpo material se separar de sua alma; a alma imediatamente se transfere para o mundo espiritual. Tyaktvā dehaṁ punar janma naiti mām eti: a alma não é readmitida no ventre de uma mãe material, senão que volta ao lar, volta ao Supremo. Este yoga, o bhakti-yoga, é o sistema de yoga mais elevado, como o próprio Senhor explica na Bhagavad-gītā (6.47):
yoginām api sarveṣāṁ
mad-gatenāntarātmanā
śraddhāvān bhajate yo māṁ
sa me yuktatamo mataḥ
“De todos os yogīs, aquele que tem muita fé e sempre se refugia em Mim, pensa em Mim dentro de si mesmo e Me presta serviço transcendental amoroso – é o mais intimamente unido a Mim em yoga e é o mais elevado de todos. Esta é a Minha opinião.” O bhakti-yogī está sempre pensando em Kṛṣṇa e, portanto, na hora da morte, pode muito facilmente se transferir para Kṛṣṇaloka, mesmo sem experimentar as dores da morte.