VERSO 37
ditir uvāca
varado yadi me brahman
putram indra-haṇaṁ vṛṇe
amṛtyuṁ mṛta-putrāhaṁ
yena me ghātitau sutau
ditiḥ uvāca — Diti disse; vara-daḥ — o outorgador de bênçãos; yadi — se; me — para mim; brahman — ó grande alma; putram — um filho; indra-haṇam — que pode matar Indra; vṛṇe — estou pedindo; amṛtyum — imortal; mṛta-putrā — cujos filhos estão mortos; aham — eu; yena — por quem; me — meus; ghātitau — foram mortos; sutau — dois filhos.
Diti respondeu: Ó meu esposo, ó grande alma, o fato é que perdi meus filhos. Se quiseres dar-me uma bênção, peço-te um filho imortal que consiga matar Indra. Suplico-te isso porque Indra, com a ajuda de Viṣṇu, matou meus dois filhos, Hiraṇyākṣa e Hiraṇyakaśipu.
SIGNIFICADO—A palavra indra-haṇam significa “aquele que pode matar Indra”, mas também significa “aquele que segue Indra”. A palavra amṛtyum se refere aos semideuses, que não morrem como os seres humanos comuns porque têm uma vida extremamente longa. Por exemplo, a Bhagavad-gītā especifica a duração da vida de Brahmā: sahasra-yuga-paryantam ahar yad brahmaṇo viduḥ. Mesmo a duração de um dia, ou doze horas, de Brahmā é 4.300.000 anos multiplicados por mil. Assim, a duração de sua vida é inconcebível para um ser humano comum. Os semideuses, portanto, às vezes são chamados de amara, que significa “aquele que não experimenta a morte”. Contudo, neste mundo material, todos têm que morrer. Portanto, a palavra amṛtyum indica que Diti queria um filho que tivesse o mesmo status dos semideuses.