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VERSO 40

ko ’tikramo ’nuvartantyāḥ
svabhāvam iha yoṣitaḥ
dhiṅ māṁ batābudhaṁ svārthe
yad ahaṁ tv ajitendriyaḥ

kaḥ — que; atikramaḥ — ofensa; anuvartantyāḥ — seguindo; sva­-bhāvam — sua natureza; iha — aqui; yoṣitaḥ — da mulher; dhik — condenação; mām — a mim; bata — ai de mim; abudham — não versado; sva-arthe — no que é bom para mim; yat — porque; aham — eu; tu — na verdade; ajita-indriyaḥ — incapaz de controlar meus sentidos.

Esta mulher, minha esposa, adotou um meio que está de acordo com sua natureza, de modo que não se deve condená-la. Mas eu sou um homem. Portanto, toda a condenação é para mim! Não estou de modo algum a par do que é bom para mim, pois não pude controlar meus sentidos.

SIGNIFICADO—É um instinto natural da mulher desfrutar do mundo material. Ela induz seu esposo a desfrutar deste mundo, satisfazendo-lhe a língua, o estômago e os órgãos genitais, que são chamados de jihvā, udara e upastha. A mulher é hábil em preparar pratos saborosos para que possa facilmente agradar seu esposo com alimentos. Quando alguém come bem, seu estômago fica satisfeito, e, logo que o estômago está satisfeito, os órgãos genitais se fortalecem. Especialmente quando está acostumado a comer carne e beber vinho e coisas parecidas que estão no modo da paixão, o homem decerto se torna propenso ao sexo. É bom que se saiba que as inclinações sexuais não se destinam ao progresso espiritual, senão que se destinam ao deslizamento rumo ao infer­no. Assim, Kaśyapa Muni analisou sua situação e se lamentou. Em outras palavras, ser um chefe de família é algo muito arriscado, exceto para alguém que é treinado e cuja esposa é sua seguidora. O esposo deve ser treinado desde o começo de sua vida. Kaumāra ācaret prājño dharmān bhāgavatān iha. (Śrīmad-Bhāgavatam 7.6.1) Durante a época de brahmacarya, ou vida de estudante, o brahmacārī deve aprender a ser hábil em bhāgavata-dharma, serviço devocional. Então, ao se casar, se sua esposa for fiel a ele e segui-lo, a relação entre esposo e esposa será muito conveniente. Entretanto, manter uma relação de esposo e esposa sem consciência espiritual, mas visando apenas ao gozo dos sentidos, não é aconselhável de modo algum. No Śrīmad-Bhāga­vatam (12.2.3), afirma-se que, em especial nesta era, Kali-yuga, dām-patye ’bhirucir hetuḥ: a relação entre esposo e esposa se baseará na potência sexual. Portanto, neste Kali-yuga, a vida familiar é extre­mamente perigosa a menos que a esposa e o esposo adotem a cons­ciência de Kṛṣṇa.

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