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VERSO 13

guṇa-vyaktir iyaṁ devī
vyañjako guṇa-bhug bhavān
tvaṁ hi sarva-śarīry ātmā
śrīḥ śarīrendriyāśayāḥ
nāma-rūpe bhagavatī
pratyayas tvam apāśrayaḥ

guṇa-vyaktiḥ — o reservatório de qualidades; iyam — esta; devī — deusa; vyañjakaḥ — manifestante; guṇa-bhuk — o desfrutador das qualidades; bhavān — Vós; tvam — Vós; hi — na verdade; sarva-śarīrī ātmā — a Superalma de todas as entidades vivas; śrīḥ — a deusa da fortuna; śarīra — o corpo; indriya — sentidos; āśayāḥ — e a mente; nāma — nome; rūpe — e forma; bhagavatī — Lakṣmī; pratyayaḥ — a causa da manifestação; tvam — Vós; apāśrayaḥ — a base.

Mãe Lakṣmī, que está aqui presente, é o reservatório de todas as qualidades espirituais, ao passo que manifestais todas essas qualidades e desfrutais delas. Na verdade, sois realmente o desfrutador de tudo. Existis como a Superalma de todas as entidades vivas, e a deusa da fortuna é a forma dos seus corpos, sentidos e mentes. Ela também tem um nome e uma forma santificados, e sois a base de todos esses nomes e formas e a causa da manifestação deles.

SIGNIFICADO—Madhvācārya, o ācārya dos tattvavādīs, explica este verso da seguinte maneira: “Viṣṇu é descrito como o yajña personificado, e mãe Lakṣmī é descrita como as atividades espirituais e a forma original de adoração. De fato, eles representam as atividades espiri­tuais e a Superalma de todos os yajñas. O Senhor Viṣṇu é, inclusive, a Superalma de Lakṣmīdevī, mas ninguém pode ser a Superalma do Senhor Viṣṇu, pois o próprio Senhor Viṣṇu é a Superalma espiri­tual de todos.”

De acordo com Madhvācārya, existem dois tattvas, ou fatores. Um é independente, e o outro, dependente. O primeiro tattva é o Senhor Supremo, Viṣṇu, e o segundo é o jīva-tattva. Lakṣmīdevī, sendo dependente do Senhor Viṣṇu, às vezes é incluída entre as jīvas. No entanto, os vaiṣṇavas gauḍīyas descrevem Lakṣmīdevī de acordo com os dois seguintes versos do Prameya-ratnāvalī de Baladeva Vidyābhūṣaṇa. O primeiro verso é citado do Viṣṇu Purāṇa.

nityaiva sā jagan-mātā
viṣṇoḥ śrīr anapāyinī
yathā sarva-gato viṣṇus
tathaiveyaṁ dvijottama

viṣṇoḥ syuḥ śaktayas tisras
tāsu yā kīrtitā parā
saiva śrīs tad-abhinneti
prāha śiṣyān prabhur mahān

“Ó melhor dos brāhmaṇas, Lakṣmījī é a constante companheira de Viṣṇu, a Suprema Personalidade de Deus, e, portanto, é chamada de anapāyiṇī. Ela é a mãe de toda a criação. Assim como o Senhor Viṣṇu é onipenetrante, mãe Lakṣmī, Sua potência espiritual, também permeia tudo.” O Senhor Viṣṇu possui três potências principais – interna, externa e marginal. Śrī Caitanya Mahāprabhu aceita a parā­-śakti, a energia espiritual do Senhor, como sendo idêntica ao Senhor. Portanto, ela também está incluída no Viṣṇu-tattva independente.”

No comentário Kānti-mālā, referente ao Prameya-ratnāvalī, exis­te esta afirmação: nanu kvacit nitya-mukta jīvatvaṁ lakṣmyāḥ svīkṛtaṁ, tatrāha-prāheti; nityaiveti padye sarva-vyāpti-kathanena kalākāṣṭhety ādi-padya-dvaye, śuddho ’pīty uktā ca mahāprabhunā svaśiṣyān prati lakṣmyā bhagavad-advaitam upadiṣṭam; kvacid yat tasyās tu dvaitam uktaṁ, tat tu tad-āviṣṭa-nitya-mukta jīvam ādāya saṅgatamas tu. “Embora algumas sucessões discipulares vaiṣṇavas autorizadas insiram a deusa da fortuna entre as entidades vivas eter­namente liberadas (jīvas) que residem em Vaikuṇṭha, Śrī Caitanya Mahāprabhu, apoiando-Se na afirmação do Viṣṇu Purāṇa, descre­veu Lakṣmī como sendo idêntica ao viṣṇu-tattva. A conclusão cor­reta é que as descrições segundo as quais Lakṣmī é diferente de Viṣṇu têm aplicabilidade quando uma entidade viva eternamente liberada é investida da qualidade de Lakṣmī; neste caso, elas não se referem a mãe Lakṣmī, a consorte eterna do Senhor Viṣṇu.”

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