VERSO 14
yaḥ samutpatitaṁ deha
ākāśān manyum ulbaṇam
ātma-jijñāsayā yacchet
sa guṇān ativartate
yaḥ — qualquer pessoa que; samutpatitam — subitamente despertada; dehe — no corpo; ākāśāt — do céu; manyum — ira; ulbaṇam — poderosa; ātma-jijñāsayā — buscando realização espiritual ou autorrealização; yacchet — subjuga; saḥ — essa pessoa; guṇān — os modos da natureza material; ativartate — transcende.
Aquele que busca autorrealização e, dessa maneira, subjuga sua poderosa ira – que costuma despertar subitamente no corpo como se caísse do céu – transcende a influência dos modos da natureza material.
SIGNIFICADO—Quando alguém se ira, esquece-se de si mesmo e de sua situação, mas quem é sábio para ponderar sua situação, transcenderá a influência dos modos da natureza material. Todos estão sempre servindo aos desejos luxuriosos, a ira, a cobiça, a ilusão, a inveja e assim por diante, mas aquele que obtém forças suficientes para avançar espiritualmente pode controlar tudo isso. Aquele que obtém esse controle estará sempre situado transcendentalmente, imune aos modos da natureza material. Isso é possível apenas a quem se ocupa plenamente a serviço do Senhor. Como o Senhor diz na Bhagavad-gītā (14.26):
māṁ ca yo ’vyabhicāreṇa
bhakti-yogena sevate
sa guṇān samatītyaitān
brahma-bhūyāya kalpate
“Aquele que se ocupa em serviço devocional pleno e não falha em circunstância alguma, transcende de imediato os modos da natureza material e chega, então, ao nível de Brahman.” Ocupando as pessoas em serviço devocional, o movimento da consciência de Kṛṣṇa as mantém sempre transcendentais à ira, à cobiça, à luxúria, à inveja e assim por diante. Devemos prestar serviço devocional, ou seremos vitimados pelos modos da natureza material.