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VERSO 15

tat-saṅga-bhraṁśitaiśvaryaṁ
saṁsarantaṁ kubhāryavat
tad-gatīr abudhasyeha
kim asat-karmabhir bhavet

tat-saṅga — mediante a associação com a prostituta da inteligência; bhraṁśita — extirpada; aiśvaryam — a opulência da independência; saṁsarantam — submetendo-se ao modo de vida material; ku-bhārya-vat — tal qual alguém que possui uma esposa poluída; tat-gatīḥ — os impulsos da inteligência poluída; abudhasya — daquele que desconhece; iha — neste mundo; kim asat-karmabhiḥ bhavet — qual pode ser o benefício de executar atividades fruitivas temporárias.

[Nārada Muni também aludira a um homem que é o esposo da prostituta. Os Haryaśvas compreenderam isso da seguinte maneira]. Se alguém se torna o esposo de uma prostituta, perde toda a inde­pendência. Igualmente, se a entidade viva tem uma inteligência poluída, ela prolonga sua vida materialista. Frustrada pela natureza material, ela tem que seguir os impulsos da inteligência, a qual produz várias con­dições de felicidade ou aflição. Se alguém realiza atividades fruitivas em tais condições, qual será o benefício?

SIGNIFICADO—A inteligência poluída é comparada a uma prostituta. Quem não purificou sua inteligência fica sob o controle exercido por essa prostituta. Como se afirma na Bhagavad-gītā (2.41), vyavasāyātmikā buddhir ekeha kuru-nandana: aqueles que são realmente sérios se deixam conduzir por uma espécie de inteligência, a saber, a inteligência em consciência de Kṛṣṇa. Bahu-śākhā hy anantāś ca buddhayo ’vyavasāyinām: quem não está fixo na inteligência adequada inventa muitos modos de vida. Ficando, assim, envolvido em atividades materiais, expõe-se aos diversos modos da natureza material e se sujeita às vicissitudes da presumível felicidade e aflição. O homem que se torna esposo de uma prostituta não pode ser feliz. Do mesmo modo, alguém que segue os ditames da inteligência ma­terial e da consciência material jamais será feliz.

Devemos entender de maneira prudente as atividades da natureza material. Como se declara na Bhagavad-gītā (3.27):

prakṛteḥ kriyamāṇāni
guṇaiḥ karmāṇi sarvaśaḥ
ahaṅkāra-vimūḍhātmā
kartāham iti manyate

“Confusa, a alma espiritual que está sob a influência do falso ego julga-se a autora das atividades que, de fato, são executadas pelos três modos da natureza material.” Embora alguém siga os ditames da natureza material, em um arroubo de felicidade, ele se julga o dono e o esposo da natureza material. Os cientistas, por exemplo, vida após vida tentam ser os donos da natureza material, não se importando em compreender a Pessoa Suprema, sob cuja direção tudo o que existe dentro deste mundo material está se movendo. Tentando ser os se­nhores da natureza material, são deuses de imitação que declaram ao público que o avanço científico um dia será capaz de evitar o controle presumivelmente exercido por Deus. O fato, entretanto, é que o ser vivo, incapaz de controlar as leis de Deus, é forçado a se associar com a prostituta que se lhe apresenta sob a forma da in­teligência poluída e, em consequência disso, aceitar vários corpos mate­riais. Como se declara na Bhagavad-gītā (13.22):

puruṣaḥ prakṛti-stho hi
bhuṅkte prakṛti-jān guṇān
kāraṇaṁ guṇa-saṅgo ’sya
sad-asad-yoni-janmasu

“Dessa forma, a entidade viva dentro da natureza material segue os caminhos da vida, desfrutando os três modos da natureza. Isso decorre de sua associação com essa natureza material. Assim, ela se encontra com o bem e o mal entre as várias espécies de vida.” Caso alguém se ocupe totalmente em atividades fruitivas temporárias e não solucione seu verdadeiro problema, como se beneficiará com isso?

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