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VERSOS 2-8

śrī-bādarāyaṇir uvāca
indras tribhuvanaiśvarya-
madollaṅghita-satpathaḥ
marudbhir vasubhī rudrair
ādityair ṛbhubhir nṛpa

viśvedevaiś ca sādhyaiś ca
nāsatyābhyāṁ pariśritaḥ
siddha-cāraṇa-gandharvair
munibhir brahmavādibhiḥ

vidyādharāpsarobhiś ca
kinnaraiḥ patagoragaiḥ
niṣevyamāṇo maghavān
stūyamānaś ca bhārata

upagīyamāno lalitam
āsthānādhyāsanāśritaḥ
pāṇḍureṇātapatreṇa
candra-maṇḍala-cāruṇā

yuktaś cānyaiḥ pārameṣṭhyaiś
cāmara-vyajanādibhiḥ
virājamānaḥ paulamyā
sahārdhāsanayā bhṛśam

sa yadā paramācāryaṁ
devānām ātmanaś ca ha
nābhyanandata samprāptaṁ
pratyutthānāsanādibhiḥ

vācaspatiṁ muni-varaṁ
surāsura-namaskṛtam
noccacālāsanād indraḥ
paśyann api sabhāgatam

śrī-bādarāyaṇiḥ uvāca — Śrī Śukadeva Gosvāmī respondeu; indraḥ — rei Indra; tri-bhuvana-aiśvarya — de possuir todas as opulências materiais dos três mundos; mada — devido ao orgulho; ullaṅghita — que transgrediu; sat-pathaḥ — o caminho da civilização védica; marud­bhiḥ — pelos semideuses do vento, conhecidos como Maruts; vasu­bhiḥ — pelos oito Vasus; rudraiḥ — pelos onze Rudras; ādityaiḥ — pelos Ādityas; ṛbhubhiḥ — pelos Ṛbhus; nṛpa — ó rei; viśvedevaiḥ ca — e pelos Viśvadevas; sādhyaiḥ — pelos Sādhyas; ca — também; nāsatyā­bhyām — pelos dois Aśvinī-kumāras; pariśritaḥ — rodeado; siddha — pelos habitantes de Siddhaloka; cāraṇa — os Cāraṇas; gandharvaiḥ — e os Gandharvas; munibhiḥ — pelos grandes sábios; brahmavādibhiḥ — por sábios impersonalistas altamente eruditos; vidyādhara-apsa­robhiḥ ca — pelos Vidyādharas e pelas Apsarās; kinnaraiḥ — pelos Kinnaras; pataga-uragaiḥ — pelos Patagas (pássaros) e pelos Uragas (serpentes); niṣevyamāṇaḥ — sendo servido; maghavān — rei Indra; stūyamānaḥ ca — e recebendo oferendas de orações; bhārata — ó Mahārāja Parīkṣit; upagīyamānaḥ — que cantavam diante dele; la­litam — com muita doçura; āsthāna — em sua assembleia; adhyāsana­-āśritaḥ — situado no trono; pāṇḍureṇa — branca; ātapatreṇa — com uma sombrinha sobre a cabeça; candra-maṇḍala-cāruṇā — tão bela como o círculo da Lua; yuktaḥ — dotado; ca anyaiḥ — e de outras; pārameṣṭhyaiḥ — características de um rei glorioso; cāmara — pela cauda de iaque; vyajana-ādibhiḥ — abanos e outras parafernálias; virājamānaḥ — brilhante; paulamyā — sua esposa, Śacī; saha — com; ardha-āsanayā — que ocupava metade do trono; bhṛśam — grande­mente; saḥ — ele (Indra); yadā — quando; parama-ācāryam — o ācārya mais elevado, o mestre espiritual; devānām — de todos os semideuses; ātmanaḥ — dele próprio; ca — e; ha — na verdade; na — não; abhya­nandata — bem recebido; samprāptam — tendo aparecido na assem­bleia; pratyutthāna — levantando-se do trono; āsana-ādibhiḥ — e com um assento e outras demonstrações de boas-vindas; vācaspatim — Bṛhaspati, o sacerdote dos semideuses; muni-varam — o melhor de todos os sábios; sura­-asura-namaskṛtam — que é respeitado tanto pelos semideuses quanto pelos asuras; na — não; uccacāla — se levantou; āsanāt — do trono; indraḥ — Indra; paśyan api — embora vendo; sabhā-āgatam — entrar na assembleia.

Śukadeva Gosvāmī disse: Ó rei, certa vez, Indra, o rei dos céus, estando muitíssimo orgulhoso devido à grande opulência que ostentava nos três mundos, transgrediu a lei da etiqueta védica. Sentado em seu trono, ele estava rodeado pelos Maruts, Vasus, Rudras, Ādityas, Ṛbhus, Viśvadevas, Sādhyas, Aśvinī-kumāras, Siddhas, Cāraṇas e Gandharvas e por grandiosas pessoas santas. Também ao seu redor, encontravam-se os Vidyādharas, as Apsarās, os Kinnaras, os Patagas [pássaros] e os Uragas [serpentes]. Todos eles ofereciam a Indra seus respeitos e serviços, e as Apsarās e os Gandharvas dança­vam e cantavam ao som de instrumentos musicais muito doces. Sobre a cabeça de Indra, havia uma sombrinha branca, tão refulgente como a lua cheia. Recebendo sobre si o vento impelido pelos abanos de cauda de iaque e servido com toda a parafernália de um grande rei, Indra estava sentado com sua esposa, Śacīdevī, a qual ocupava me­tade do trono, quando o grande sábio Bṛhaspati apareceu naquela assembleia. Bṛhaspati, o melhor dos sábios, era o mestre espiritual de Indra e dos semideuses e era respeitado tanto pelos semideuses quanto pelos demônios. Entretanto, embora visse seu mestre espiri­tual diante dele, Indra não se levantou de seu próprio assento nem ofereceu um assento ao seu mestre espiritual, tampouco lhe ofereceu respeitosas boas-vindas. Indra nada fez para lhe mostrar respeito.

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