VERSO 22
avismitaṁ taṁ paripūrṇa-kāmaṁ
svenaiva lābhena samaṁ praśāntam
vinopasarpaty aparaṁ hi bāliśaḥ
śva-lāṅgulenātititarti sindhum
avismitam — que nunca se espanta; tam — Ele; paripūrṇa-kāmam — que é plenamente satisfeito; svena — com Suas próprias; eva — na verdade; lābhena — conquistas; samam — equânime; praśāntam — muito estável; vinā — sem; upasarpati — aproxima-se de; aparam — outrem; hi — na verdade; bāliśaḥ — um tolo; śva — de um cachorro; lāṅgulena — pela cauda; atititarti — quer cruzar; sindhum — o oceano.
Livre de todas as concepções da existência material e nunca Se deixando espantar por coisa alguma, o Senhor é sempre alegre e plenamente satisfeito com Sua própria perfeição espiritual. Ele não tem designações materiais e, portanto, é estável e desapegado. Essa Suprema Personalidade de Deus é o único refúgio de todos. Quem deseja ser protegido por outrem decerto é um grande tolo que pensa em cruzar o oceano se agarrando à cauda de um cachorro.
SIGNIFICADO—Um cachorro pode nadar na água, mas, se ele mergulha no oceano e alguém quer cruzar o oceano se agarrando à cauda do animal, tal pessoa é certamente o tolo número um. Um cachorro não pode cruzar o oceano, tampouco alguém pode cruzar o oceano se agarrando à cauda de um cão. Do mesmo modo, quem deseja cruzar o oceano de ignorância não deve buscar o refúgio de algum semideus ou de qualquer outra pessoa que não seja a Suprema Personalidade de Deus, cujo refúgio produz destemor. O Śrīmad-Bhāgavatam (10.14.58), portanto, diz:
samāśritā ye pada-pallava-plavaṁ
mahat-padaṁ puṇya-yaśo-murāreḥ
bhavāmbudhir vatsa-padaṁ paraṁ padaṁ
padaṁ padaṁ yad vipadāṁ na teṣām
Os pés de lótus do Senhor são um barco indestrutível, e, se alguém se refugia nesse barco, pode facilmente cruzar o oceano de ignorância. Por conseguinte, não há perigo para o devoto, embora ele viva dentro deste mundo material, que é repleto de perigos a cada passo. As pessoas devem buscar o refúgio do todo-poderoso em vez de tentar se protegerem através de suas próprias ideias inventadas.