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VERSO 42

atha bhagavaṁs tavāsmābhir akhila-jagad-utpatti-sthiti-laya-nimittāyamāna-divya-māyā-vinodasya sakala-jīva-nikāyānām antar-hṛdayeṣu bahir api ca brahma-pratyag-ātma-svarūpeṇa pradhāna-rūpeṇa ca yathā-deśa-kāla-dehāvasthāna-viśeṣaṁ tad-upādānopalambhakatayānubhavataḥ sarva-pratyaya-sākṣiṇa ākāśa-śarīrasya sākṣāt para-brahmaṇaḥ paramātmanaḥ kiyān iha vārtha-viśeṣo vijñāpanīyaḥ syād visphuliṅgādibhir iva hiraṇya-retasaḥ.

atha — portanto; bhagavan — ó Senhor; tava — de Vós; asmābhiḥ — por nós; akhila — totalidade; jagat — do mundo material; utpatti — da criação; sthiti — manutenção; laya — e aniquilação; nimittāyamā­na — sendo a causa; divya-māyā — com a energia espiritual; vinoda­sya — Vossa, que Vos divertis; sakala — todas; jīva-nikāyānām — das hostes de entidades vivas; antaḥ-hṛdayeṣu — no âmago dos corações; bahiḥ api — também externamente; ca — e; brahma — do Brahman impessoal, ou da Verdade Absoluta; pratyak-ātma — da Superalma; sva­-rūpeṇa — por Vossas formas; pradhāna-rūpeṇa — por Vossa forma como os ingredientes externos; ca — também; yathā — de acordo com; deśa-kāla-deha-avasthāna — de região, tempo, corpo e posição; viśeṣam — as singularidades; tat — deles; upādāna — das causas materiais; upalambhakatayā — sendo o manifestador; anubhavataḥ — testemunhando; sarva-pratyaya-sākṣiṇaḥ — a testemunha de todas as diferen­tes atividades; ākāśa-śarīrasya — a Superalma de todo o universo; sākṣāt — diretamente; para-brahmaṇaḥ — a Suprema Verdade Abso­luta; paramātmanaḥ — a Superalma; kiyān — até que ponto; iha — aqui; — ou; artha-viśeṣaḥ — necessidade especial; vijñāpanīyaḥ — de serdes informado; syāt — podeis ser; visphuliṅga-ādibhiḥ — pelas centelhas de fogo; iva — como; hiraṇya-retasaḥ — ao fogo original.

Ó Senhor, assim como as pequenas centelhas de fogo não podem executar as ações de todo o fogo, nós, centelhas de Vossa Onipotência, não podemos informar-Vos sobre as necessidades de nossas vidas. Sois o todo completo. Portanto, o que precisamos informar-Vos? Vós já conheceis tudo porque sois a causa da qual se origina a manifestação cósmica, sois o mantenedor e aniquilador de toda a criação universal. Com Vossas energias espiritual e mate­rial, sempre Vos ocupais em Vossos passatempos, pois sois o controlador de todas essas várias energias. Existis dentro de todas as entidades vivas, dentro da manifestação cósmica e também além delas. Existis internamente como o Parabrahman e, externamente, como os ingredientes da criação material. Portanto, embora mani­festo em várias etapas, em diferentes épocas e lugares e em vários corpos, Vós, a Personalidade de Deus, sois a causa que origina todas as causas. Na verdade, sois o elemento original. Sois a testemunha de todas as atividades, mas, como sois tão grande como o céu, nenhuma delas jamais Vos influencia. Como o Parabrahman e o Paramātmā, sois a testemunha de tudo. Ó Suprema Personalidade de Deus, nada escapa ao Vosso saber.

SIGNIFICADO—A Verdade Absoluta existe em três fases de compreensão espiri­tual – Brahman, Paramātmā e Bhagavān (brahmeti paramātmeti bhagavān iti śabdyate). Bhagavān, a Suprema Personalidade de Deus, é a causa do Brahman e do Paramātmā. O Brahman, a Verdade Ab­soluta impessoal, é onipenetrante, e o Paramātmā está situado no coração de todos, mas Bhagavān, a quem os devotos têm como ado­rável, é a causa que origina todas as causas. O devoto puro está ciente de que, como nada é desconhecido por parte da Suprema Personalidade de Deus, não é preciso que o devoto Lhe atraia a atenção para as suas conveniências ou inconveniências. O devoto puro sabe que não é necessário pedir à Verdade Absoluta a satisfação de quaisquer necessidades materiais. Portanto, enquanto informavam ao Senhor Supremo sua aflição decorrente de serem atacados por Vṛtrāsura, os semideu­ses se desculparam pelo fato de estarem oferecendo orações a fim de obterem segurança. É óbvio que o devoto neófito se aproxima do Senhor Supremo em busca de alívio de suas aflições ou pobreza, ou na tentativa de obter conhecimento especulativo acerca do Senhor. A Bhagavad-gītā (7.16) menciona quatro espécies de homens piedo­sos que passam a prestar serviço devocional ao Senhor – o aflito (ārta), o carente de dinheiro (arthārthī), o indagador (jijñāsu) e o que busca a Verdade Absoluta (jñānī). O devoto puro, entretanto, sabe que, como o Senhor é onipresente e onisciente, não há necessidade de oferecer-Lhe orações ou adorá-lO em troca de algum benefício pessoal. Sem exigir nada, o devoto puro sempre se ocupa em servir ao Senhor. O Senhor está presente em toda parte e conhece as neces­sidades de Seus devotos. Por conseguinte, não é necessário perturbá­-lo, pedindo-Lhe benefícios materiais.

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