VERSO 32
katamo ’pi na venaḥ syāt
pañcānāṁ puruṣaṁ prati
tasmāt kenāpy upāyena
manaḥ kṛṣṇe niveśayet
katamaḥ api — qualquer pessoa; na — não; venaḥ — o ateísta rei Vena; syāt — adotaria; pañcānām — dos cinco (acima mencionados); puruṣam — a Suprema Personalidade de Deus; prati — em relação a; tasmāt — portanto; kenāpi — por quaisquer; upāyena — meios; manaḥ — a mente; kṛṣṇe — em Kṛṣṇa; niveśayet — a pessoa deve fixar.
De alguma maneira, deve-se apreciar a forma de Kṛṣṇa muito seriamente. Então, através de um dos cinco diferentes processos mencionados acima, pode-se retornar ao lar, retornar ao Supremo. Entretanto, os ateístas como o rei Vena, sendo incapazes de pensar na forma de Kṛṣṇa em qualquer uma dessas cinco maneiras, não podem alcançar a salvação. Portanto, deve-se pensar em Kṛṣṇa de alguma maneira, seja amistosa, seja inamistosa.
SIGNIFICADO—Os impersonalistas e ateístas sempre tentam evitar a forma de Kṛṣṇa. Grandes políticos e filósofos da era moderna chegam inclusive ao ponto de tentar banir da Bhagavad-gītā o próprio Kṛṣṇa. Consequentemente, não há salvação para eles. Mas os inimigos de Kṛṣṇa pensam: “Aqui está Kṛṣṇa, meu inimigo. Tenho que matá-lO.” Como pensam em Kṛṣṇa em Sua forma real, alcançam a salvação. Os devotos, portanto, que pensam constantemente na forma de Kṛṣṇa, decerto são libertos. A única ocupação dos ateístas māyāvādīs é tornar Kṛṣṇa amorfo, e, com isso, devido a essa severa ofensa aos pés de lótus de Kṛṣṇa, não podem esperar a salvação. A esse respeito, Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura diz: tena śiśupālādi-bhinnaḥ pratikūla-bhāvaṁ didhīṣur yena iva narakaṁ yātīti bhāvaḥ. Com exceção de Śiśupāla, aqueles que se rebelam contra os princípios reguladores não podem alcançar a salvação, e só lhes resta a vida infernal. O princípio regulador é que todos devem sempre pensar em Kṛṣṇa, seja como amigo, seja como inimigo.