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VERSO 59

taiḥ spṛṣṭā vyasavaḥ sarve
nipetuḥ sma puraukasaḥ
tān ānīya mahā-yogī
mayaḥ kūpa-rase ’kṣipat

taiḥ — por essas (flechas de fogo); spṛṣṭāḥ — sendo atacados ou sendo tocados; vyasavaḥ — sem vida; sarve — todos os demônios; nipetuḥ — caíram; sma — anteriormente; pura-okasaḥ — sendo os habitantes dos três aeroplanos residenciais acima mencionados; tān — todos eles; ānīya — trazendo; mahā-yogī — o grande místico; mayaḥ — Maya Dānava; kūpa-rase — no poço de néctar (criado pelo grande místico Maya); akṣipat — colocou.

Atacados pelas flechas douradas do senhor Śiva, todos os habitantes demoníacos que ocupavam aquelas três residências perderam suas vidas e caíram. Então, o grande místico Maya Dānava fez com que os demônios caíssem em um poço de néctar que ele mesmo criara.

SIGNIFICADO—De uma maneira geral, os asuras são muito poderosos devido ao seu poder em yoga místico. Todavia, como o Senhor Kṛṣṇa diz na Bhagavad-gītā (6.47):

yoginām api sarveṣāṁ
mad-gatenāntarātmanā
śraddhāvān bhajate yo māṁ
sa me yuktatamo mataḥ

“De todos os yogīs, aquele que sempre se refugia em Mim com muita fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está muito intimamente unido a Mim através do yoga e é o mais elevado de todos.” Na prática do yoga místico, tem-se como verdadeiro propósito concentrar toda a atenção na Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, e sempre pensar nEle (mad-gatenāntarātmanā). Para atingir tal perfeição, a pessoa deve submeter-se a um certo processo – haṭha-yoga – e, através desse sistema de yoga, o praticante alcança alguns poderes místicos incomuns. Todavia, em vez de se tornarem devotos de Kṛṣṇa, os asuras empregam esse poder místico no gozo de seus próprios sentidos. Maya Dānava, por exemplo, é aqui mencionado como mahā-yogī, um grande místico, mas sua atividade consistia em ajudar os asuras. Hoje em dia, vemos que, de fato, há alguns yogīs que se dobram aos desejos dos materialistas, e há impostores que se proclamam Deus. Maya Dānava era esse tipo de pessoa, um deus entre os demônios, e ele podia executar façanhas mirabolantes, uma das quais é descrita aqui: ele fez um poço cheio de néctar e imergiu os asuras nesse poço nectáreo. Esse néctar era conhecido como mṛta-sanjīvayitari, pois ele podia ressuscitar um cadáver. Mṛta-sanjīvayitari é também uma preparação aiurvédica. É uma espécie de bebida que revigora mesmo alguém à beira da morte.

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