VERSO 24
śūdrasya sannatiḥ śaucaṁ
sevā svāminy amāyayā
amantra-yajño hy asteyaṁ
satyaṁ go-vipra-rakṣaṇam
śūdrasya — do śūdra (o homem que está na quarta classe da sociedade, o trabalhador braçal); sannatiḥ — obediência às classes mais elevadas (os brāhmaṇas, os kṣatriyas e os vaiśyas); śaucam — limpeza; seva — serviço; svāmini — ao amo que o mantém; amāyayā — sem duplicidade; amantra yajñaḥ — execução de sacrifícios simplesmente oferecendo reverências (sem mantras); hi — decerto; asteyam — aprender a não roubar; satyam — veracidade; go — vacas; vipra — brāhmaṇas; rakṣaṇam — proteger.
Oferecer reverências às classes mais elevadas da sociedade [os brāhmaṇas, os kṣatriyas e os vaiśyas], ser sempre muito limpo, estar livre da duplicidade, servir ao seu amo, executar sacrifícios sem proferir mantras, não roubar, sempre falar a verdade e dar toda a proteção às vacas e aos brāhmaṇas – essas são as características do śūdra.
SIGNIFICADO—Todos têm a experiência de que os operários ou os servos geralmente têm o hábito de roubar. Servo de primeira classe é aquele que não rouba. Aqui, recomenda-se que o śūdra que se preza deve ser muito limpo, não deve roubar nem falar mentiras e sempre deve prestar serviço ao seu amo. Fazendo companhia a seu amo, o śūdra pode participar de cerimônias ritualísticas védicas, mas não deve proferir mantras, pois estes devem ser pronunciados apenas pelos membros das classes superiores da sociedade. A menos que alguém seja completamente puro e tenha se elevado ao padrão de brāhmaṇa, kṣatriya ou vaiśya – em outras palavras, a menos que ele seja dvija, duas vezes nascido –, o canto de mantras não será frutífero.