VERSOS 33-34
upyamānaṁ muhuḥ kṣetraṁ
svayaṁ nirvīryatām iyāt
na kalpate punaḥ sūtyai
uptaṁ bījaṁ ca naśyati
evaṁ kāmāśayaṁ cittaṁ
kāmānām atisevayā
virajyeta yathā rājann
agnivat kāma-bindubhiḥ
upyamānam — sendo cultivado; muhuḥ — repetidas vezes; kṣetram — um campo; svayam — ele próprio; nirvīryatām — improdutividade; iyāt — pode obter; na kalpate — não é adequado; punaḥ — novamente; sūtyai — para o cultivo de outra safra; uptam — plantada; bījam — a semente; ca — e; naśyati — desperdiça-se; evam — dessa maneira; kāma-āśayam — cheio de desejos luxuriosos; cittam — o âmago do coração; kāmānām — dos objetos cobiçados; ati-sevayā — através do repetido desfrute; virajyeta — pode tornar-se desapegado; yathā — assim como; rājan — ó rei; agni-vat — um fogo; kāma-bindubhiḥ — por pequenas gotas de manteiga clarificada.
Meu querido rei, se um campo agrícola é cultivado repetidas vezes, o seu poder produtivo diminui, e nenhuma semente que é nele plantada consegue germinar. Assim como algumas gotas de ghī jogadas ao fogo jamais o extinguem, ao passo que uma inundação de ghī o faz, do mesmo modo, o excesso de desejos luxuriosos mitigará inteiramente esses desejos.
SIGNIFICADO—Se alguém lança continuamente gotas de ghī ao fogo, esse não se extinguirá, mas, se ele coloca uma volumosa quantidade de ghī no fogo de uma só vez, há muita possibilidade de o fogo se apagar inteiramente. De modo semelhante, aqueles que são muito pecaminosos e, como consequência, nasceram em classes inferiores têm permissão de desfrutar plenamente de atividades pecaminosas, pois, com isso, poderão acabar detestando essas atividades e, então, conseguir a oportunidade de se purificarem.