VERSO 37
anīhaḥ parituṣṭātmā
yadṛcchopanatād aham
no cec chaye bahv-ahāni
mahāhir iva sattvavān
anīhaḥ — sem desejo de continuar aumentando as posses; parituṣṭa — muito satisfeito; ātmā — o eu; yadṛcchā — espontaneamente, sem esforço; upanatāt — por coisas conquistadas através da posse; aham — eu; no — não; cet — se assim; śaye — deito-me; bahu — muitos; ahāni — dias; mahā-ahiḥ — um píton; iva — como; sattva-vān — tolerando.
Não me esforço por obter nada, senão que estou satisfeito com o que quer que seja conseguido espontaneamente. Se não obtenho nada, permaneço paciente e inabalável como o píton e fico aqui deitado por muitos dias.
SIGNIFICADO—Deve-se aprender o desapego com a abelha, pois ela coleta gotas de mel aqui e ali e guarda isso no favo, mas depois vem alguém e, à força, leva todo o mel, deixando a abelha sem nada. Portanto, deve-se aprender com a abelha a não se manter mais dinheiro do que o necessário. Da mesma forma, deve-se aprender com o píton que, embora não haja alimento, a pessoa deve permanecer no mesmo lugar por muitíssimos dias e, então, comer apenas algo que venha espontaneamente. Assim, o brāhmaṇa erudito deu instruções obtidas de duas criaturas, a saber, a abelha e o píton.