VERSO 5
supti-prabodhayoḥ sandhāv
ātmano gatim ātma-dṛk
paśyan bandhaṁ ca mokṣaṁ ca
māyā-mātraṁ na vastutaḥ
supti — no estado de inconsciência; prabodhayoḥ — e no estado de consciência; sandhau — no estado de existência intermediária; ātmanaḥ — seu próprio; gatim — o movimento; ātma-dṛk — alguém que realmente pode ver o eu; paśyan — sempre tentando ver ou entender; bandham — o estado de vida condicionada; ca — e; mokṣam — o estado de vida liberada; ca — também; māyā-mātram — apenas ilusão; na — não; vastutaḥ — de fato.
Durante o estado de consciência e inconsciência, e entre os dois, ele deve tentar entender o eu e se situar plenamente no eu. Dessa maneira, deve compreender que as fases de vida condicionada e liberada são apenas ilusórias, e não acontecimentos reais. Munido dessa compreensão superior, ele deve ver apenas a onipenetrante Verdade Absoluta.
SIGNIFICADO—O estado inconsciente é igual à ignorância, escuridão ou existência material, e, no estado consciente, a pessoa está desperta. O estado marginal, entre a consciência e a inconsciência, não tem existência permanente. Portanto, alguém que compreende profundamente o eu sabe que consciência e inconsciência são apenas ilusões, pois, a rigor, não existem. Apenas a Suprema Verdade Absoluta existe. Como o Senhor confirma na Bhagavad-gītā (9.4):
mayā tatam idaṁ sarvaṁ
jagad avyakta-mūrtinā
mat-sthāni sarva-bhūtāni
na cāhaṁ teṣv avasthitaḥ
“Sob Minha forma imanifesta, Eu penetro todo este universo. Todos os seres estão em Mim, mas Eu não estou neles.” Tudo existe com base no aspecto impessoal de Kṛṣṇa; sem Kṛṣṇa, nada pode existir. Portanto, o devoto de Kṛṣṇa já avançado pode ver o Senhor em toda parte, sem ilusão.