VERSO 20
kāmasyāntaṁ hi kṣut-tṛḍbhyāṁ
krodhasyaitat phalodayāt
jano yāti na lobhasya
jitvā bhuktvā diśo bhuvaḥ
kāmasya — do desejo de gozo dos sentidos ou das demandas prementes do corpo; antam — fim; hi — na verdade; kṣut-tṛḍbhyām — por alguém que está muito faminto ou sedento; krodhasya — da ira; etat — isso; phala-udayāt — desabafada através do castigo e sua reação; janaḥ — uma pessoa; yāti — ultrapassa; na — não; lobhasya — cobiça jitvā — conquistando; bhuktvā — desfrutando; diśaḥ — todas as direções; bhuvaḥ — do globo.
Os fortes desejos e demandas corpóreos de alguém perturbado pela fome e pela sede decerto são satisfeitos quando ele come. Do mesmo modo, se alguém se torna muito irado, essa ira é satisfeita com o castigo e sua reação. Contudo, no que diz respeito à cobiça, mesmo que uma pessoa cobiçosa tenha conquistado todas as direções do mundo ou tenha desfrutado de todas as coisas do mundo, ainda assim, ela não ficará satisfeita.
SIGNIFICADO—A Bhagavad-gītā (3.37) afirma que a luxúria, a ira e a cobiça são as causas pelas quais a alma condicionada permanece cativa deste mundo material. Kāma eṣa krodha eṣa rajo-guṇa-samudbhavaḥ. Quando os fortes desejos luxuriosos de gozo dos sentidos não são satisfeitos, a pessoa fica irada. Essa ira pode ser satisfeita quando se castiga o inimigo, mas, quando há um aumento de lobha, ou cobiça, que é o maior inimigo causado por rajo-guṇa, o modo da paixão, como alguém pode avançar em consciência de Kṛṣṇa?
Se alguém cobiça intensificar fortemente sua consciência de Kṛṣṇa, isso é uma grande dádiva. Tatra laulyam ekalaṁ mūlam. Esse é o melhor caminho disponível.