VERSO 35
ayaṁ me bhrātṛ-hā so ’yaṁ
hitvā svān suhṛdo ’dhamaḥ
pitṛvya-hantuḥ pādau yo
viṣṇor dāsavad arcati
ayam — este; me — meu; bhrātṛ-hā — matador do irmão; saḥ — ele; ayam — isto; hitvā — abandonando; svān — próprios; suhṛdaḥ — benquerentes; adhamaḥ — muito baixo; pitṛvya-hantuḥ — daquele que matou seu tio Hiraṇyākṣa; pādau — aos dois pés; yaḥ — aquele que; viṣṇu — do Senhor Viṣṇu; dāsa-vat — como um servo; arcati — serve.
Foi este menino Prahlāda quem matou o meu irmão, pois, abandonando a sua família, ele, como um servo humilde, passou a prestar serviço devocional ao inimigo, o Senhor Viṣṇu.
SIGNIFICADO—Hiraṇyakaśipu considerava seu filho Prahlāda Mahārāja como responsável pela morte do seu irmão porque Prahlāda Mahārāja estava ocupado no serviço devocional ao Senhor Viṣṇu. Em outras palavras, Prahlāda Mahārāja merecia a liberação sārūpya, e, nesse sentido, ele se assemelhava ao Senhor Viṣṇu. Portanto, Prahlāda deveria ser morto por Hiraṇyakaśipu. Os devotos, os vaiṣṇavas, alcançam as liberações sārūpya, sālokya, sārṣṭi e sāmīpya, e se presume que os māyāvādīs alcançam a liberação conhecida como sāyujya. Sāyujya-mukti, entretanto, não é uma liberação muito segura, ao passo que sārūpya-mukti, sālokya-mukti, sārṣṭi-mukti e sāmīpya-mukti não dão margem a nenhuma dúvida. Embora os servos do Senhor Viṣṇu, Nārāyaṇa, e o próprio Senhor Viṣṇu estejam igualmente situados nos planetas Vaikuṇṭha, esses devotos sabem muito claramente que o Senhor é o mestre, e eles, os servos.