VERSO 3
sukham aindriyakaṁ daityā
deha-yogena dehinām
sarvatra labhyate daivād
yathā duḥkham ayatnataḥ
sukham — felicidade; aindriyakam — que se refere aos sentidos materiais; daityāḥ — ó meus queridos amigos nascidos em famílias demoníacas; deha-yogena — devido ao fato de possuírem uma classe específica de corpo material; dehinām — de todas as entidades vivas corporificadas; sarvatra — em toda parte (em toda forma de vida); labhyate — é acessível; daivāt — por arranjo superior; yathā — assim como; duḥkham — infelicidade; ayatnataḥ — sem esforço.
Prahlāda Mahārāja continuou: Meus queridos amigos nascidos de famílias demoníacas, a felicidade que o corpo propicia mediante a intervenção dos sentidos está disponível nas diversas formas de vida obtidas de acordo com as atividades fruitivas passadas. Assim como o sofrimento, tal felicidade surge automaticamente, não sendo necessário que seja buscada.
SIGNIFICADO—Neste mundo material, em toda forma de vida, existe um pouco de felicidade e sofrimento aparentes. Ninguém convida o sofrimento, pois ninguém quer sofrer, mas, ainda assim, ele vem. Do mesmo modo, mesmo que não nos esforcemos para obter as vantagens da felicidade material, elas nos serão automaticamente facultadas. Em toda forma de vida e sem esforço algum, obtém-se essa felicidade e sofrimento. Logo, não há motivo para desperdiçarmos tempo e energia lutando contra os sofrimentos ou trabalhando muito arduamente na tentativa de conseguirmos a felicidade. Sob a forma de vida humana, nossa única ocupação deve consistir em reviver a relação existente entre nós e a Suprema Personalidade de Deus e, assim, qualificarmo-nos para voltar ao lar, voltar ao Supremo. A felicidade e o sofrimento material vêm logo que aceitamos qualquer uma das formas materiais. Não há como evitarmos tal felicidade ou sofrimento. Portanto, a melhor maneira de usarmos a vida humana é aproveitá-la para revivermos nossa relação com Viṣṇu, o Senhor Supremo.