VERSO 2
manvantare harer janma
karmāṇi ca mahīyasaḥ
gṛṇanti kavayo brahmaṁs
tāni no vada śṛṇvatām
manvantare — durante a mudança dos manvantaras (um Manu assumindo o posto de outro); hareḥ — da Suprema Personalidade de Deus; janma — aparecimento; karmāṇi — e atividades; ca — também; mahīyasaḥ — da pessoa supremamente glorificada; gṛṇanti — descrevem; kavayaḥ — os grandes doutos que têm inteligência perfeita; brahman — ó brāhmaṇa erudito (Śukadeva Gosvāmī); tāni — todos eles; naḥ — para nós; vada — por favor, descreve; śṛṇvatām — que estamos ansiosos por ouvir.
Ó brāhmaṇa erudito, Śukadeva Gosvāmī, os grandes eruditos, que têm muita inteligência, descrevem as atividades e o aparecimento que a Suprema Personalidade de Deus manifesta durante os vários manvantaras. Estamos ansiosíssimos por ouvir sobre essas narrações. Por favor, descreve-as.
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus possui variedades de encarnações, incluindo os guṇa-avatāras, os manvantara-avatāras, os līlā-avatāras e os yuga-avatāras, todas elas descritas nos śāstras. Sem tomar como ponto de referência os śāstras, é incogitável aceitar alguém como uma encarnação da Suprema Personalidade de Deus. Portanto, como se menciona especialmente aqui, gṛṇanti kavayaḥ: as descrições das várias encarnações são aceitas pelos grandes estudiosos eruditos cuja inteligência é perfeita. No momento atual, notadamente na Índia, muitos patifes se fazem passar por encarnações, e as pessoas estão sendo desencaminhadas. Portanto, a identidade de uma encarnação deve ser confirmada pelas descrições contidas nos śāstras e por suas atividades maravilhosas. Como descreve neste verso a palavra mahīyasaḥ, as atividades de uma encarnação não são feitos mágicos comuns nem malabarismos, senão que são atividades maravilhosas. Logo, toda encarnação da Suprema Personalidade de Deus deve ser compatível com o que afirmam os śāstras e deve executar atividades verdadeiramente maravilhosas. Parīkṣit Mahārāja estava ansioso por ouvir acerca dos Manus de diferentes eras. Durante um dia de Brahmā, existem quatorze Manus, e a era de cada Manu dura setenta e um yugas. Então, existem milhares de Manus durante a vida de Brahmā.