VERSO 7
śrī-balir uvāca
saṅgrāme vartamānānāṁ
kāla-codita-karmaṇām
kīrtir jayo ’jayo mṛtyuḥ
sarveṣāṁ syur anukramāt
śrī-baliḥ uvaca — Bali Mahārāja disse; saṅgrāme — no campo de batalha; vartamānānām — de todas as pessoas aqui presentes; kāla-codita — influenciadas pelo fator tempo; karmaṇām — para pessoas ocupadas em lutar ou em quaisquer outras atividades; kīrtiḥ — reputação; jayaḥ — vitória; ajayaḥ — derrota; mṛtyuḥ — morte; sarveṣām — de todas elas; syuḥ — devem ser feitas; anukramāt — uma após outra.
Bali Mahārāja respondeu: Todos que estão presentes neste campo de batalha decerto estão sob a influência do tempo eterno e, de acordo com as atividades que lhes são designadas, estão destinados a obter, consecutivamente, fama, vitória, derrota e morte.
SIGNIFICADO—Se alguém sai vitorioso na batalha, torna-se famoso, mas, se ele não é vitorioso e sai derrotado, pode até mesmo morrer. Existe tanto a possibilidade de vitória quanto a possibilidade de derrota, seja em um campo de batalha como esse, seja no campo de batalha da luta pela existência. Tudo ocorre de acordo com as leis da natureza (prakṛteḥ kriyamāṇāni guṇaiḥ karmāṇi sarvaśaḥ). Uma vez que todos, sem exceção, estão sujeitos aos modos da natureza material, quer alguém saia vitorioso, quer saia derrotado, ele não é independente, senão que está sob o controle da natureza material. Bali Mahārāja, portanto, era muito sensato. Ele sabia que a luta fora determinada pelo tempo eterno e que, sob a influência do tempo, todos devem aceitar os resultados de suas próprias atividades. Portanto, embora Indra estivesse ameaçando matar Bali Mahārāja disparando o raio, Bali Mahārāja não estava temeroso de modo algum. Este é o espírito do kṣatriya: yuddhe cāpy apalāyanam (Bhagavad-gītā 18.43). O kṣatriya deve ser tolerante em todas as circunstâncias, especialmente no campo de batalha. Logo, Bali Mahārāja afirmou que não estava temeroso da morte de maneira alguma, embora fosse ameaçado por uma personalidade tão grandiosa como o rei dos céus.