VERSO 31
itthaṁ gajendraḥ sa yadāpa saṅkaṭaṁ
prāṇasya dehī vivaśo yadṛcchayā
apārayann ātma-vimokṣaṇe ciraṁ
dadhyāv imāṁ buddhim athābhyapadyata
ittham — dessa maneira; gaja-indraḥ — o rei dos elefantes; saḥ — ele; yadā — quando; āpa — obteve; saṅkaṭam — essa posição perigosa; prāṇasya — de vida; dehī — que é corporificado; vivaśaḥ — em circunstâncias desesperadoras; yadṛcchayā — pela vontade da providência; apārayan — sendo incapaz; ātma-vimokṣaṇe — de salvar-se; ciram — demoradamente; dadhyau — começou a pensar com muita seriedade; imām — esta; buddhim — decisão; atha — em seguida; abhyapadyata — tomou.
Quando o rei dos elefantes percebeu que, pela vontade da providência, estava nas garras do crocodilo e, como era um ser corporificado que se encontrava em tais circunstâncias desesperadoras, não podia, portanto, salvar-se do perigo, experimentou um intenso temor da morte. Em consequência disso, ele pensou demoradamente, após o que decidiu o seguinte.
SIGNIFICADO—No mundo material, todos se ocupam na luta pela existência. Todos tentam salvar-se do perigo, mas, quando é incapaz de salvar-se, se alguém é piedoso, refugia-se nos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Isso é confirmado na Bhagavad-gītā (7.16):
catur-vidhā bhajante māṁ
janāḥ sukṛtino ’rjuna
ārto jijñāsur arthārthī
jñānī ca bharatarṣabha
Quatro classes de homens piedosos – a saber, aquele que está em perigo, aquele que precisa de dinheiro, aquele que busca conhecimento e aquele que é indagador – começam a refugiar-se na Suprema Personalidade de Deus para se salvarem ou avançarem. O rei dos elefantes, estando em uma condição muito perigosa, decidiu buscar refúgio aos pés de lótus do Senhor. Após madura consideração, ele, com inteligência, chegou a essa decisão acertada. Semelhante decisão não ocorre ao homem pecaminoso. Portanto, na Bhagavad-gītā, afirma-se que aqueles que são piedosos (sukṛtī) concluem que, em uma condição perigosa e incômoda, a pessoa deve refugiar-se nos pés de lótus de Kṛṣṇa.