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VERSO 2

śrī-balir uvāca
satyaṁ bhagavatā proktaṁ
dharmo ’yaṁ gṛhamedhinām
arthaṁ kāmaṁ yaśo vṛttiṁ
yo na bādheta karhicit

śrī-baliḥ uvāca — Bali Mahārāja disse; satyam — é verdade; bhagava­tā — por Vossa Onipotência; proktam — que já foi falado; dharmaḥ — um princípio religioso; ayam — este é; gṛhamedhinām — especialmen­te para os chefes de família; artham — desenvolvimento econômico; kāmam — gozo dos sentidos; yaśaḥ vṛttim — reputação e meios de subsistência; yaḥ — princípio religioso que; na — não; bādheta — impe­de; karhicit — em tempo algum.

Bali Mahārāja disse: Como já afirmaste, o princípio religioso que não impede o desenvolvimento econômico, o gozo dos sentidos, a fama e os meios de subsistência é o verdadeiro dever ocupacional do chefe de família. Também considero que esse princípio religioso é correto.

SIGNIFICADO—A grave resposta de Bali Mahārāja a Śukrācārya é significativa. Śukrācārya enfatizou que a pessoa não deve interromper inadequadamente seus meios de subsistência, sua reputação material, o gozo dos seus sentidos e o seu desenvolvimento econômico. Zelar por isso é o primeiro dever de todo pai de família, especialmente da­quele que está interessado em assuntos materiais. Se por acaso um princípio religioso não interfere na condição material da pessoa, deve-se aceitá-lo. No momento atual, nesta era de Kali, essa ideia é muito proeminente. Ninguém está interessado em aceitar algum princípio religioso que impeça sua prosperidade material. Śukrācārya, sendo uma pessoa deste mundo material, não conhecia os princí­pios que norteiam a vida do devoto. O devoto está determinado a servir a Suprema Personalidade de Deus até satisfazê-lO plenamen­te. Tudo aquilo que dificulte essa determinação certamente deve ser rejeitado. Esse é o princípio de bhakti. Ānukūlyasya saṅkalpaḥ prā­tikūlyasya varjanam (Caitanya-caritāmṛta, Madhya 22.100). Para prestar serviço de­vocional, deve-se aceitar somente aquilo que é favorável e rejeitar aquilo que é desfavorável. Bali Mahārāja teve a oportunidade de de­positar aos pés de lótus do Senhor Vāmanadeva tudo o que possuía, mas Śukrācārya estava apresentando um argumento material que impe­dia esse processo de serviço devocional. Nessas circunstâncias, Bali Mahārāja decidiu que esses obstáculos certamente deveriam ser pre­teridos. Em outras palavras, ele decidiu imediatamente rejeitar o conselho de Śukrācārya e continuar com o seu dever. Assim, ele deu todas as suas posses ao Senhor Vāmanadeva.

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