VERSO 32
pratiśrutam adātus te
niraye vāsa iṣyate
viśa tvaṁ nirayaṁ tasmād
guruṇā cānumoditaḥ
pratiśrutam — que fora prometido; adātuḥ — que não pôde dar; te — tua; niraye — no inferno; vāsaḥ — residência; iṣyate — prescrito; viśa — agora entra em; tvam — tu mesmo; nirayam — o planeta infernal; tasmāt — portanto; guruṇā — pelo teu mestre espiritual; ca — também; anumoditaḥ — aprovado.
Porque foste incapaz de fazer caridade de acordo com a tua promessa, a regra, então, é que deves descer e viver nos planetas infernais. Portanto, de acordo com a ordem de Śukrācārya, teu mestre espiritual, agora desce e estabelece ali a tua residência.
SIGNIFICADO—Declara-se:
nārāyaṇa-parāḥ sarve
na kutaścana bibhyati
svargāpavarga-narakeṣv
api tulyārtha-darśinaḥ
“Os devotos ocupados unicamente em serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus, Nārāyaṇa, jamais temem alguma condição de vida. Para eles, os planetas celestiais, a liberação e os planetas infernais são todos a mesma coisa, pois esses devotos estão interessados apenas em servir ao Senhor.” (Śrīmad-Bhāgavatam 6.17.28) O devoto ocupado em prestar serviço a Nārāyaṇa está sempre em equilíbrio. O devoto, na verdade, leva uma vida transcendental. Embora talvez pareça que ele tenha ido ao inferno ou ao céu, ele não vive em nenhum desses lugares, senão que ele sempre vive em Vaikuṇṭha (sa guṇān samatītyaitān brahma-bhūyāya kalpate). Vāmanadeva pediu a Bali Mahārāja que fosse para os planetas infernais, aparentemente apenas para mostrar a todo o universo quão tolerante ele era, e Bali Mahārāja não hesitou em cumprir essa ordem. O devoto não vive sozinho. Evidentemente, todos vivem com a Suprema Personalidade de Deus, mas, como está ocupado em Seu serviço, o devoto não vive em nenhuma condição material. Bhaktivinoda Ṭhākura diz: kīṭa janma hao yathā tuyā dāsa. Portanto, ele ora para nascer como um inseto insignificante, mas na companhia dos devotos. Porque os devotos estão ocupados no serviço ao Senhor, quem quer que viva com eles também vive em Vaikuṇṭha.